Manifestação no Rio recorda 2 mil dias sem avanços no caso Marielle, trazendo à tona a falta de solução.

A Anistia Internacional realizou neste sábado (2) um ato simbólico na Praça Mauá, em frente à Superintendência da Polícia Federal, para marcar os 2 mil dias sem justiça pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, no centro da cidade. O objetivo da mobilização foi reivindicar um andamento mais rápido das investigações, com imparcialidade e transparência, além do esclarecimento das motivações do crime e a identificação dos mandantes.

A diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, ressaltou que é inadmissível aguardar por tanto tempo por uma resposta. Desde o dia do assassinato, a Anistia Internacional Brasil tem se mobilizado em busca de justiça para Marielle e Anderson. A organização pede também que o governo federal implemente um mecanismo independente de especialistas, por meio de cooperação técnica internacional, para auxiliar na elucidação do crime.

A manifestação contou com a participação de coletivos de mães e familiares de vítimas da violência do Estado, assim como coletivos de defensores de direitos humanos, que se uniram ao pedido por respostas. A mensagem “2 mil dias sem Justiça” foi transmitida através de luzes de led, acompanhadas por girassóis e velas, símbolos de esperança e da luta da organização.

Ao longo dos últimos cinco anos, o caso teve a atuação de seis delegados de polícia, quatro chefes de Polícia Civil, um interventor, 11 promotores de Justiça, dois procuradores gerais de Justiça, três governadores, dois presidentes da República e um superintendente da Polícia Federal, sem que houvesse uma resposta definitiva sobre os responsáveis pelo crime, alerta a Anistia Internacional.

No início do governo Lula, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, mobilizou a Polícia Federal para atuar diretamente no caso, juntamente com o Ministério Público do Rio de Janeiro. O ex-policial militar Élson Queiróz, responsável por dirigir o carro utilizado no assassinato, revelou em sua delação premiada com a Polícia Federal e com o Ministério Público do Rio de Janeiro a participação de Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa no duplo homicídio.

Para Flávio Dino, a colaboração premiada de Élson Queiróz encerrou uma fase da investigação ao esclarecer a execução do crime, permitindo à polícia buscar os mandantes do assassinato. O ministro ressaltou a importância desse avanço na investigação, destacando que agora é possível identificar os responsáveis pelo crime.

Apesar dos avanços conquistados até o momento, a Anistia Internacional reforça a necessidade de agilidade no processo de investigação, de modo a garantir uma resposta justa e completa para o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. A luta por justiça continua, após 2 mil dias de espera.

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