Transplante polêmico do apresentador Faustão causa impacto com disseminação de fake news envolvendo fila do SUS e até vacinas contra a Covid.

O transplante de coração do apresentador Fausto Silva, popularmente conhecido como Faustão, gerou o maior debate sobre saúde nas redes sociais nos últimos meses, de acordo com um levantamento realizado pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV – ECMI), obtido pelo Globo. No entanto, esse debate foi marcado por desinformação sobre o funcionamento da fila de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS) e também sobre as vacinas contra a Covid-19.

Durante o período analisado, os pesquisadores encontraram 5.186 publicações no Instagram, 22.541 no Facebook e Instagram e 110 mensagens no Telegram relacionadas ao transplante de Faustão. Além disso, foram coletadas 2.465.474 postagens no antigo Twitter sobre todos os temas de saúde no geral.

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Segundo Victor Piaia, professor da FGV – ECMI, o transplante de Faustão levantou questionamentos tanto por parte de opositores do governo, suspeitando de um suposto favorecimento ao apresentador, quanto por parte da população em geral, que desconhecia o funcionamento do SUS e tinha dúvidas sobre sua eficiência. Essas duas perspectivas geraram desconfiança e disseminação de desinformação nas redes sociais.

É importante ressaltar que Faustão recebeu um novo coração no último domingo, em um procedimento realizado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele havia sido diagnosticado com uma grave insuficiência cardíaca e recebeu indicação para o transplante cerca de uma semana antes da cirurgia.

O levantamento da FGV também encontrou desinformação relacionada às vacinas contra a Covid-19. No Telegram, mensagens alegavam que Faustão teria desenvolvido a insuficiência cardíaca devido à imunização contra o coronavírus. No entanto, o apresentador já tinha problemas cardíacos antes mesmo do início da vacinação no Brasil.

Apesar de mais de 13,5 bilhões de doses das vacinas contra a Covid-19 terem sido aplicadas no mundo e de todas as análises das autoridades de saúde confirmarem a segurança desses imunizantes, a desinformação persiste. Grupos antivacina aproveitam eventos isolados, como o transplante de Faustão, para disseminar teorias infundadas e colocar em dúvida a eficácia das vacinas.

No entanto, o levantamento também mostrou uma reação em defesa do SUS nas redes sociais. Muitas figuras públicas se posicionaram sobre a importância do sistema de saúde e esclareceram dúvidas sobre a fila de transplantes. O termo “Viva o SUS” se destacou nas publicações analisadas, demonstrando o apoio da população ao sistema.

A desinformação sobre saúde e vacinas continua sendo um desafio a ser enfrentado, e é fundamental que todos tenham acesso a informações confiáveis e baseadas em evidências científicas. A disseminação de desinformação pode colocar vidas em risco e prejudicar a eficácia das políticas de saúde pública.

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