África busca investimentos para enfrentar desafios da mudança climática e promover a sustentabilidade ambiental em seu território.

A África está enfrentando uma “oportunidade sem precedentes” de desenvolvimento ao se envolver na luta contra a mudança climática, mas isso requer grandes investimentos internacionais. Essa foi a mensagem transmitida pelo presidente do Quênia, William Ruto, durante a inauguração da primeira cúpula africana sobre mudança climática.

Nos próximos quatro meses, as negociações internacionais sobre clima serão intensificadas, começando com a cúpula da ONU (COP28) em Dubai, em novembro e dezembro. Espera-se que essa cúpula seja marcada por uma batalha em torno do fim dos combustíveis fósseis.

Durante três dias, líderes e dirigentes africanos se reunirão na capital do Quênia para buscar uma visão comum sobre desenvolvimento e clima. Essa é uma tarefa ambiciosa para um continente com 1,4 bilhão de pessoas em 54 países, com diversidade política e econômica.

Segundo Ruto, a ação climática representa uma oportunidade incomparável para a África. O continente não é apenas rico em recursos naturais, mas também possui um potencial inexplorado para participar e competir de forma justa nos mercados mundiais.

No entanto, o continente africano enfrenta desafios significativos. Embora contribua apenas com 2% a 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, a África sofre de forma desproporcional com os efeitos da mudança climática, incluindo secas cada vez mais intensas e enchentes.

Além disso, os países africanos enfrentam o peso crescente da dívida e a falta de financiamento. Apesar de seu potencial em recursos naturais, apenas 3% dos investimentos globais em transição energética chegam ao continente.

Ruto enfatizou a importância de garantir que o financiamento climático seja mais acessível a todos os países em desenvolvimento, incluindo os da África. Atualmente, os países ricos não estão cumprindo seu compromisso de fornecer US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático aos países mais pobres.

Uma cúpula bem-sucedida em Nairóbi pode impulsionar as reuniões internacionais importantes que ocorrerão nos próximos meses, como a cúpula do G20 na Índia, a Assembleia Geral das Nações Unidas e a reunião anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Marrakech.

Para limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial, como previsto pelo Acordo de Paris, os investimentos devem atingir US$ 2 bilhões por ano nestes países em uma década, segundo cálculos do FMI.

A cúpula africana sobre mudança climática representa uma oportunidade crucial para que a África mostre seu potencial e participe ativamente da luta global contra a mudança climática. Com investimentos adequados e acesso ao financiamento climático, o continente pode acelerar a descarbonização da economia mundial e alcançar um desenvolvimento sustentável.

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