No entanto, na comparação entre agosto deste ano e agosto de 2022, houve uma retração de 1,1%, com a venda de 153,4 mil automóveis. O presidente da Fenabrave, Andreta Jr, atribui essa queda à expiração das medidas provisórias que ofereciam descontos na compra de veículos.
“As ações do governo federal permitiram que os consumidores, que haviam perdido poder de compra, tivessem acesso aos veículos de entrada, demonstrando que o fator preço influencia na demanda necessária para a recuperação do setor. As medidas provisórias foram muito importantes para impulsionar momentaneamente o mercado”, analisou o executivo.
Além disso, Andreta ressaltou que está havendo dificuldades na liberação de crédito, o que tem impactado negativamente o setor automotivo. Ele observou que, nas últimas semanas, houve um aumento de cerca de 20% nas recusas de financiamento por parte das instituições financeiras. “O crédito está restrito e isso afeta muito o mercado”, acrescentou.
No entanto, apesar desses obstáculos, o mercado de motocicletas apresentou um crescimento expressivo, com alta de 21,17% nas vendas no acumulado de janeiro a agosto. Foram emplacadas 1,045 milhão de unidades até agora. Em agosto, as vendas de motos aumentaram 20,38%, com a comercialização de 142,7 mil unidades. Segundo Andreta, a busca por alternativas de créditos e o consórcio têm sido opções consolidadas para os consumidores no momento da compra.
Por outro lado, o segmento de caminhões registrou uma queda de 16,66% nas vendas no acumulado dos primeiros oito meses do ano, com a comercialização de 67,4 mil unidades. Apenas em agosto, as vendas de caminhões caíram 27% em relação ao mesmo mês de 2022, totalizando nove mil unidades vendidas. Andreta apontou que o mercado está se ajustando aos valores dos veículos e destacou que 77% dos caminhões emplacados em agosto foram equipados com a tecnologia Euro 6, que restringe a emissão de poluentes para veículos a diesel.
Para o presidente da Fenabrave, os programas de financiamento anunciados recentemente pelo governo federal podem beneficiar o setor de caminhões e contribuir para a sua recuperação. Agora, apenas o tempo irá dizer se essas medidas serão suficientes para impulsionar as vendas de automóveis e caminhões nos próximos meses.
