Colômbia e ELN designam áreas conflitantes para operações humanitárias visando amenizar a violência e proteger a população.

O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), uma das principais guerrilhas ativas no país, chegaram a um acordo para estabelecer “zonas críticas” em regiões afetadas pelo conflito armado. Essa medida foi tomada após um mês de trégua firmada entre as partes, que buscaram resolver questões relacionadas aos confrontos constantes nas áreas afetadas pelo conflito.

Durante a cerimônia de encerramento das negociações em Caracas, o líder guerrilheiro Pablo Beltrán afirmou que as “zonas críticas” são onde tem ocorrido mais embates contra as comunidades e que buscam cumprir com os acordos estabelecidos. Segundo ele, as ações nessas regiões terão o objetivo de garantir o cumprimento do cessar-fogo bilateral, além de incluir a participação das comunidades nos processos de paz.

O governo colombiano comemorou os avanços alcançados nas negociações e afirmou que os novos acordos os aproximam mais da paz desejada por todos. Segundo o texto lido durante o evento, o acordo estabelece princípios e abordagens que visam cumprir o propósito humanitário da cessação das hostilidades.

Além disso, o acordo declara o Baixo Calima e San Juan, no Vale do Cauca, como “zonas críticas” e propõe outras áreas para receber a mesma denominação. Nessas regiões, serão implementadas ações de caráter humanitário, garantindo o acompanhamento do Departamento Nacional de Planejamento para o desenvolvimento de projetos sociais.

O ELN, que é considerado a organização armada de esquerda mais antiga das Américas, comemorou o cessar-fogo e afirmou que está sendo alvo de ataques midiáticos e militares por setores que não desejam mudanças para uma democratização do país.

É importante destacar que o presidente colombiano, Gustavo Petro, retomou as negociações com o ELN após terem sido suspensas por seu antecessor, Iván Duque. Petro também está em diálogo com dissidentes das Farc e grupos paramilitares e gangues.

Essa trégua, que inclui a verificação da ONU, está em vigor desde agosto, mas o ELN alega que tem sido alvo de ataques tanto na mídia quanto no terreno. O líder guerrilheiro afirmou que esses ataques são realizados por setores que estão satisfeitos com a crise estrutural do país e não desejam mudanças.

No geral, o governo e o ELN buscam avançar nos diálogos e superar os obstáculos existentes no processo de paz, buscando uma democratização do país e a garantia de direitos às comunidades afetadas pelo conflito armado. As próximas semanas serão dedicadas ao desenvolvimento de atividades relacionadas ao cessar-fogo bilateral, à participação da sociedade nos processos de paz e ao desenvolvimento de projetos sociais.

Esse processo de negociação e busca pela paz na Colômbia é fundamental para a estabilidade e o bem-estar das comunidades afetadas pelo conflito armado, além de representar um passo importante para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

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