Ex-secretário do GSI nega facilitação à invasão do Planalto, refutando alegações sobre a segurança do local.

No depoimento dado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Carlos José Russo Assumpção Penteado, negou que tenha havido facilitação à invasão do Palácio do Planalto por vândalos e golpistas em 8 de janeiro. Penteado afirmou que as imagens disponibilizadas demonstram claramente que não houve qualquer facilitação por parte do GSI.

Nomeado pelo Comando do Exército, Penteado ocupou o segundo cargo mais importante dentro da hierarquia do GSI durante o governo de Jair Bolsonaro e permaneceu no cargo após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ex-secretário, no dia 8 de janeiro, a maioria dos cargos de decisão do órgão ainda era ocupada por remanescentes do governo anterior.

Penteado era responsável por supervisionar e coordenar as atividades dos órgãos subordinados ao GSI, além de assessorar o ministro em questões relacionadas à solicitação do emprego das tropas das Forças Armadas. No entanto, ele afirmou que não foi informado pelo novo ministro, Gonçalves Dias, sobre os alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a respeito do risco de invasão de prédios públicos durante os atos do dia 8 de janeiro.

Somente por volta das 14h50 do mesmo dia, Penteado ficou sabendo que as barreiras de proteção do Palácio do Planalto haviam sido rompidas. O general afirmou que o então comandante militar do Planalto, Gustavo Henrique Dutra de Menezes, telefonou para informar que a situação havia se agravado e que era necessária a presença de mais tropas.

Penteado relatou que enfrentou dificuldades para acessar o Palácio do Planalto, mesmo acompanhado por seguranças. Ele foi agredido por manifestantes, que lançaram pedras e outros objetos contra as forças de segurança. Segundo o ex-secretário, a manifestação era violenta, com a presença tanto de agressores como de pessoas concentradas nos jardins da Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes.

O general ressaltou que o Palácio do Planalto é vulnerável, não possuindo barreiras físicas que impeçam a entrada de manifestantes. Ele garantiu que não houve facilitação por parte do GSI, mencionando que os militares recuaram para se proteger dos ataques dos invasores. No momento da invasão, havia 133 militares dentro do prédio.

Penteado afirmou que o Plano Escudo estava ativado e que havia tropas no Palácio do Planalto nos dias anteriores à invasão. No entanto, ele ressaltou que se os alertas da Abin e de outros órgãos tivessem sido repassados aos responsáveis pela execução do plano, a ação dos invasores poderia ter sido evitada. Ele negou que a invasão tenha ocorrido devido a sabotagem, desídia ou desleixo por parte dos servidores do GSI.

O depoimento do general Penteado na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal lança luz sobre os eventos ocorridos no dia 8 de janeiro e busca esclarecer as circunstâncias da invasão do Palácio do Planalto. A negação de que tenha havido facilitação por parte do GSI mostra a importância de se investigar a fundo o ocorrido, a fim de que sejam identificados e responsabilizados os culpados pela violência e depredação do prédio público.

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