O número de feminicídios no Distrito Federal registrou um aumento de 45% em relação ao ano de 2022.

O Distrito Federal (DF) está enfrentando um preocupante aumento no número de feminicídios em 2023. Com quatro meses ainda restantes no ano, os dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que o número de mulheres assassinadas já ultrapassa em mais de 45% o total de feminicídios registrados em todo o ano passado. Enquanto em 2022 foram contabilizados 17 casos, neste ano o número já chega a 25.

Os dados são alarmantes e revelam uma triste realidade: oito em cada dez mulheres assassinadas eram mães e quase sete em cada 10 foram mortas dentro de casa. Além disso, é importante ressaltar que em 84% desses casos de feminicídio, as vítimas já haviam sofrido violência anteriormente.

Diante dessa situação preocupante, Gisele Ferreira, secretária da Mulher do DF, ressalta a importância de denunciar os abusos antes que seja tarde demais. Ela destaca que é inviável colocar um policial em cada residência e, por isso, é crucial que as mulheres denunciem e busquem ajuda. A secretária afirma que é necessário intensificar o acolhimento, conscientizando as mulheres de que existem várias formas de violência e que, muitas vezes, os agressores dão sinais antes de cometerem o feminicídio.

No entanto, um dado preocupante revelado pela Secretaria de Segurança Pública é que, em mais da metade dos casos registrados neste ano, as mulheres já haviam feito boletins de ocorrência, o que demonstra a ineficácia do sistema em proteger essas vítimas.

Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública, ressalta que a solução para o problema não pode ser responsabilidade apenas do Poder Público, mas de toda a sociedade. Ele destaca a importância da integração entre diferentes áreas do governo e cobra o engajamento da sociedade civil. A imprensa também desempenha um papel fundamental nesse processo, disseminando informações e conscientizando a população.

Thaís Oliveira, do Movimento de Mulheres Olga Benário, defende a reabertura da Casa Ieda Delgado, um importante local de atendimento a mulheres vítimas de violência que foi fechado devido a uma ação de reintegração de posse movida pelo governo local. Ela ressalta a importância de ter um espaço dedicado ao acolhimento e à prevenção da violência contra a mulher, oferecendo abrigo e informações sobre os recursos disponíveis.

Infelizmente, no Distrito Federal existem apenas duas delegacias especializadas no atendimento à mulher e apenas uma Casa da Mulher Brasileira, o que é claramente insuficiente para atender a demanda e prevenir mais casos de feminicídio. A falta de estruturas adequadas e a morosidade das autoridades em resolver essas questões são fatores preocupantes que precisam ser enfrentados urgentemente. A segurança das mulheres depende de uma ação conjunta de toda a sociedade para combater essa grave violência de gênero.

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