No Dia da Amazônia, ONGs chamam atenção para a importância da conservação deste rico ecossistema ameaçado.

No Dia da Amazônia, que ocorreu nesta terça-feira (5), diversas organizações destacaram a importância da preservação do bioma, que é a maior floresta tropical do mundo. A Amazônia, com sua extensão aproximada de 421 milhões de hectares, corresponde a um terço das florestas tropicais do planeta. Além disso, desempenha um papel fundamental nos processos climáticos, como a evaporação e a transpiração da floresta, que contribuem para o equilíbrio climático e a manutenção dos estoques de água doce. A região também abriga mais da metade da biodiversidade do planeta.

No entanto, dados do Salve, do ICMBio, mostram que a fauna na Amazônia está sofrendo ameaças, com 224 espécies em risco, sendo que uma já foi considerada extinta. Dentre os animais ameaçados estão o peixe-boi-da-amazônia, o tamanduá-bandeira, a onça-pintada, a ararajuba e a anta. Espécies de peixe, como o Acari, também estão em perigo.

Neste contexto, o coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia, Toya Manchineri, afirmou que não há muito a comemorar no Dia da Amazônia, devido ao avanço do desmatamento, do garimpo ilegal e das ameaças aos povos indígenas e tradicionais no governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, é um momento de reflexão sobre como parar as mortes e perseguições aos povos que vivem na floresta.

A assessora de política e direito socioambiental do Instituto Socioambiental, Adriana Ramos, destacou que, apesar da redução expressiva do desmatamento nos primeiros sete meses do ano, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados. Ela ressaltou a necessidade de políticas voltadas para as populações locais e alertou para o avanço de grandes projetos de infraestrutura na região, como a pavimentação da BR-319 e a estrada do Pacífico.

Adriana também enfatizou que é essencial valorizar e reconhecer o papel dos povos indígenas e tradicionais na preservação da floresta. Além disso, criticou a possibilidade de aprovação da tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, pois isso poderia intensificar as ameaças e a perda de direitos para essas populações.

Outro alerta foi feito em relação ao processo de desertificação da Amazônia. Com o desmatamento, a degradação e o aquecimento global, existe o risco de a região atingir o ponto de não retorno, no qual a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar.

Para chamar a atenção para a defesa da Amazônia, cinco cidades brasileiras estão abrigando festivais culturais e artísticos. O festival, que teve sua primeira edição no ano passado, conta com a participação de mais de 13 organizações e mais de 50 artistas. Além disso, está sendo realizada uma mobilização para coletar 1,5 milhão de assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que requer a destinação de terras públicas não usadas para a preservação do bioma.

Essas ações destacam a importância da Amazônia como um patrimônio natural de valor inestimável e ressaltam a necessidade de sua preservação para as gerações futuras. A proteção da floresta envolve não apenas medidas de combate ao desmatamento, mas também o reconhecimento e a valorização dos povos indígenas e tradicionais que habitam a região, bem como a implementação de políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável e a valorização dos serviços ambientais gerados pela floresta.

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