Puigdemont condiciona apoio na formação de governo na Espanha à exigência de anistia aos independentistas catalães.

O líder catalão Carles Puigdemont fez uma exigência polêmica como pré-condição para apoiar qualquer formação de governo na Espanha. Em uma conferência de imprensa realizada nesta terça-feira (5), o líder independentista solicitou a anistia de separatistas da comunidade autônoma.

Exilado em Bruxelas desde 2017, após uma tentativa frustrada de separar a Catalunha da Espanha, Puigdemont apresentou quatro demandas para o seu partido, o Junts, apoiar qualquer um dos principais partidos do país. As condições incluem o respeito à legitimidade democrática do independentismo, a criação de um mecanismo de mediação e verificação para garantir o cumprimento do acordo, o abandono completo e efetivo da via judicial contra o independentismo, e a garantia de que os limites de qualquer pacto serão estabelecidos pelos tratados internacionais que se referem aos direitos humanos.

É importante ressaltar que Puigdemont não colocou como pré-condição a realização de um referendo sobre a independência catalã, mas suas demandas refletem a posição-chave do Junts nas eleições de julho. Com sete deputados eleitos, o partido se encontra no centro do tabuleiro político, podendo definir a eleição para qualquer um dos blocos políticos.

Atualmente, nenhum dos principais partidos tem votos suficientes para chegar ao poder sozinho. O conservador Alberto Núñez Feijóo, apoiado pela ultradireita do Vox, lidera o bloco de direita, enquanto o socialista Pedro Sánchez é apoiado pelo Sumar e por siglas menores no bloco de esquerda.

Em relação às demandas de Puigdemont, o líder conservador Feijóo declarou que o PP não concordaria com os termos apresentados pelo Junts. Por outro lado, a liderança da coalizão liderada pelo PSOE ainda não se manifestou oficialmente após a exposição das demandas dos independentistas.

A posição de Puigdemont é controversa e tem recebido críticas dos opositores. Feijóo afirmou que não faz sentido concordar com a anistia como exigência e, portanto, se negaria a realizar uma reunião para tratar do assunto.

O pronunciamento de Puigdemont ocorreu um dia depois de um encontro com a vice-presidente do governo, Yolanda Díaz. Vale ressaltar que esta foi a primeira vez em anos que um representante do governo espanhol se encontrou com o líder separatista.

Em suma, a exigência de anistia feita por Carles Puigdemont como pré-condição para apoiar qualquer formação de governo na Espanha tem gerado polêmica e divide opiniões. Ainda não se sabe qual será a resposta oficial dos principais partidos, mas a busca por uma solução para a situação política da Catalunha continua.

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