Antes de imunizações, sarampo causava morte para mais de 2,6 milhões globalmente anualmente, revela estudo alarmante.

A imunização contra o sarampo é uma das maiores conquistas da saúde pública. A vacinação generalizada conseguiu eliminar essa doença não apenas do Brasil, mas de todo o continente americano. No entanto, a recente queda nas taxas de vacinação tem preocupado especialistas, que alertam para a possibilidade de um ressurgimento do sarampo.

O sarampo é uma doença grave e letal, especialmente em crianças. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, que é a causa mais comum de morte por sarampo na infância. Além disso, cerca de uma em cada dez crianças com sarampo desenvolve uma otite aguda que pode resultar em perda auditiva permanente.

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Para o integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo, Guido Levi, a imunização transformou a realidade do sarampo no país. No passado, metade do Hospital Infantil da Cruz Vermelha Brasileira, em São Paulo, era ocupado por crianças com sarampo e com altíssima mortalidade. Hoje, graças à vacinação, essa realidade mudou completamente.

A vacinação contra o sarampo no Brasil começou em 1967 e a prevenção contra a doença já fazia parte do calendário básico de imunização. No entanto, dois anos de baixas coberturas vacinais permitiram o ressurgimento do sarampo em 2018. Especialistas destacam que esse retorno é um exemplo concreto de que não se pode relaxar com a prevenção às doenças imunopreveníveis.

A vacinação contra o sarampo ocorre por meio das vacinas tríplice viral e tetra viral. A primeira é aplicada aos 12 meses de idade e protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a segunda dose é indicada aos 15 meses de idade e inclui também a proteção contra a varicela, causadora da catapora na infância e da herpes zoster na vida adulta.

No entanto, a vacinação contra o sarampo enfrenta um problema comum a vacinas com esquemas vacinais de duas doses: a baixa adesão. Enquanto a primeira dose atingiu perto da meta de 95% de cobertura, a segunda dose teve uma cobertura de apenas 76%. A falta de homogeneidade na cobertura vacinal também é um desafio, já que alguns estados e municípios estão abaixo do percentual desejado.

Para os especialistas em vacinação, é necessário combater essa queda na adesão por meio de um trabalho forte de comunicação para que a população reconheça os riscos de não se vacinar e de não vacinar seus filhos. O retorno do sarampo e de outras doenças imunopreveníveis pode prejudicar não apenas a saúde das pessoas infectadas, mas também sobrecarregar os serviços de saúde, como aconteceu durante a pandemia de Covid-19.

É fundamental que a vacinação contra o sarampo seja uma prioridade, garantindo altas coberturas vacinais e uma proteção adequada. A vacina é um dos melhores investimentos em saúde pública, evitando milhões de mortes ao longo dos anos. A prevenção é a chave para manter o sarampo sob controle e garantir a saúde de toda a população.

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