A autora destacou que a literatura negra não faz elogios à “casa grande”, mas sim denuncia a prepotência desse sistema e da colonização moderna que ainda prevalece, mantendo grupos sociais, principalmente mulheres negras, em uma posição de subalternidade. Segundo ela, o Brasil é um país extremamente racista, e a negação de espaços para a população negra cria um vazio que precisa ser preenchido.
Conceição Evaristo é conhecida por seu estilo marcante e por abordar em suas obras temas como discriminação racial, gênero e classe. Com sete livros publicados, seu romance “Ponciá Vicêncio”, de 2003, é um dos mais aclamados. A escritora já recebeu diversos prêmios, incluindo o Jabuti de 2015 pelo livro “Olhos D’água”.
Na 40ª edição da Bienal do Livro, que está acontecendo no Rio Centro, um dos destaques é a produção literária de escritoras negras contemporâneas. Com o objetivo de incentivar a leitura, o evento irá receber mais de 100 mil estudantes da rede pública, que receberão vouchers para a compra de livros. Além disso, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro liberou um subsídio de R$ 13,5 milhões para os profissionais das escolas municipais adquirirem livros.
O programa Visitação Escolar, que faz parte da Bienal do Livro, busca aproximar as crianças e jovens do universo literário, estimulando a criatividade, a capacidade de sonhar e o senso crítico. Mais de 100 mil vagas foram disponibilizadas para a rede pública, sendo metade destinada aos alunos da rede municipal do Rio de Janeiro e de outras cidades. Essa iniciativa tem o objetivo de proporcionar acesso à literatura para estudantes e seus acompanhantes.
Com a presença de Conceição Evaristo e outras escritoras negras, a Bienal do Livro está valorizando a diversidade literária e estimulando o debate sobre questões sociais presentes na sociedade brasileira. A expectativa é que o evento seja um sucesso de público e proporcione uma experiência enriquecedora para os visitantes.