Jornalista iraniana alega abuso sexual em detenção; Justiça refuta acusações.

Uma jornalista iraniana de 23 anos, Nazila Maroufian, afirmou ter sido vítima de abuso sexual durante sua última detenção. O incidente teria ocorrido após uma entrevista realizada com o pai de Mahsa Amini, uma jovem curda que morreu sob custódia da polícia da moralidade em setembro do ano passado. No entanto, a Justiça iraniana negou as acusações nesta quinta-feira, alegando que não recebeu nenhuma queixa ou prova sobre o caso.

Nazila Maroufian tem sido alvo constante das autoridades iranianas desde que publicou uma entrevista com Amjad Amini, pai da jovem curda falecida. A publicação da entrevista provocou uma série de protestos que duraram meses.

A jornalista afirmou que foi agredida sexualmente em um momento em que estava em seu pior estado possível. Ela enviou uma mensagem de áudio da prisão de Evin, em Teerã, na qual relatou sua experiência. Além disso, ela declarou estar em greve de fome na prisão.

No entanto, o diário do poder Judiciário do Irã, chamado Mizan Online, divulgou um comunicado afirmando que a investigação das acusações de Maroufian mostrou que ela não apresentou nenhuma razão ou prova e também não formalizou nenhuma queixa.

Essa não foi a primeira vez que Nazila Maroufian foi detida pelas autoridades iranianas nos últimos meses. Grupos de direitos humanos afirmam que ela já foi presa quatro vezes.

Após sua última libertação, a jornalista decidiu protestar contra o regime da República Islâmica, tirando seu véu islâmico em público, o que vai contra a política de vestimenta rigorosa imposta às mulheres no país.

As denúncias de abuso sexual envolvendo autoridades governamentais são preocupantes e devem ser investigadas de forma séria e imparcial. A liberdade de imprensa e os direitos humanos devem ser respeitados em todas as sociedades, e é fundamental que as vozes dos jornalistas sejam ouvidas e protegidas para garantir uma sociedade justa e democrática.

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