Laboratório busca suspender restrições à pílula abortiva nos EUA através de ação no Supremo.

A empresa farmacêutica Danco Laboratories, fabricante do remédio abortivo mifepristona, solicitou à Suprema Corte dos Estados Unidos que reconsiderasse uma decisão de um tribunal inferior que impunha restrições ao acesso ao medicamento. No mês passado, um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos impôs restrições à mifepristona, limitando seu uso às primeiras sete semanas de gestação e exigindo que fosse prescrita por um médico, além de restringir sua distribuição por correio.

A Danco Laboratories argumenta que a decisão do tribunal inferior modifica as condições aprovadas pela FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, para o uso do medicamento Mifeprex. A empresa solicitou formalmente à Suprema Corte que revisasse essa decisão.

O Departamento de Justiça também deve apresentar um texto apoiando o pedido da Danco para que a Suprema Corte analise o caso. A decisão do tribunal de apelações do Quinto Circuito, sediado em Nova Orleans, no estado da Louisiana, foi suspensa aguardando o recurso apresentado à Suprema Corte.

Grupos antiaborto têm lutado para proibir a mifepristona, alegando que o medicamento não é seguro. Em uma audiência realizada em maio, os juízes rejeitaram os argumentos do governo de que a decisão sobre o uso da mifepristona deveria caber à FDA. O tribunal de apelações argumentou que a FDA não abordou discussões importantes sobre a segurança do medicamento.

Esta questão é o mais recente embate na batalha em torno dos direitos reprodutivos nos Estados Unidos. Desde então, vários estados têm proibido ou restringido o acesso ao aborto, enquanto outros têm tomado medidas para controlá-lo. Segundo a FDA, estima-se que 5,6 milhões de americanas tenham utilizado a mifepristona para interromper gestações desde que o medicamento foi aprovado em 2000.

A decisão final sobre o caso agora está nas mãos da Suprema Corte dos Estados Unidos, onde os conservadores têm maioria. Caberá ao tribunal analisar os argumentos apresentados pela Danco Laboratories e tomar uma decisão que poderá ter um impacto significativo nos direitos reprodutivos das mulheres no país.

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