As relações entre os militares nigerianos e a França têm se deteriorado desde a deposição do presidente Mohamed Bazoum. A junta militar que assumiu o poder no país quer a saída do contingente francês e anunciou que se retiraria dos acordos de cooperação assinados com Paris. O regime também alegou que houve uma reunião entre o chefe do Estado-Maior do Níger e o comandante das forças francesas no Sahel para discutir um plano de retirada das capacidades militares francesas.
No final de agosto, a chancelaria golpista expulsou o embaixador da França no país, acusando-o de se recusar a responder a um convite para uma entrevista e de realizar outras ações contrárias aos interesses do Níger. Desde o golpe, têm ocorrido declarações e manifestações contra a França no país, acusando-os de preparar uma intervenção militar para devolver o poder a Bazoum e de manipular a CEDEAO. A entidade impôs sanções econômicas e financeiras ao Níger e aprovou um plano operacional para intervir militarmente no país.
É importante ressaltar que a França foi a antiga potência colonial na região e mantém tropas no país até hoje. Com 1.500 soldados anti-jihadistas, a França apoiou a decisão da CEDEAO de intervir militarmente no Níger. No entanto, essa intervenção é vista pelo regime militar como uma tentativa de reinstalar Bazoum no poder.
A situação no Níger continua tensa e as relações entre o regime militar e a França estão cada vez mais desgastadas. É necessário acompanhar de perto os desdobramentos dessa crise e seu impacto na estabilidade da região da África Ocidental.