Durante visita ao Chile, presidente mexicano critica Pinochet e classifica sua traição como abominável.

Em visita ao Chile, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fez duras críticas ao general Augusto Pinochet, responsável pela ditadura chilena. Durante seu discurso, López Obrador chamou a traição de Pinochet de “abominável” e afirmou que essa mancha não pode ser apagada nem mesmo com toda a água dos oceanos.

O presidente mexicano foi recebido pelo homólogo chileno, Gabriel Boric, no Palácio de La Moneda, onde expressaram solidariedade aos exilados políticos chilenos no passado. López Obrador ainda acrescentou que foi estudante universitário quando o golpe ocorreu, e que esse acontecimento foi um marco em sua vida. Ele também declarou que Salvador Allende, então presidente chileno, é o dirigente estrangeiro que mais admira.

O aniversário de 50 anos do golpe chileno também foi motivo de uma declaração do secretário-geral da ONU, António Guterres. Ele afirmou que o golpe de 1973 foi uma quebra institucional que marcou gerações de chilenos e chilenas, e que é importante celebrar o compromisso do Chile com a democracia e os direitos humanos.

Em meio às celebrações, uma marcha ocorreu no centro da capital chilena, reunindo cerca de 5 mil pessoas. No entanto, o evento foi marcado por atos de vandalismo, com encapuzados atacando o Palácio de La Moneda. Os agressores foram dispersados pelas forças de segurança, que utilizaram gás lacrimogêneo e veículos com jatos d’água. Três pessoas foram detidas e três policiais ficaram feridos.

O presidente chileno, Gabriel Boric, condenou os atos de vandalismo de forma veemente, afirmando que a irracionalidade de atacar aquilo pelo que Allende e tantos outros democratas lutaram é vil e mesquinha.

É importante destacar que o Chile é um país dividido e polarizado politicamente, com a extrema direita em ascensão e baixa popularidade do governo de esquerda. Segundo pesquisa recente da Mori Consultores, apenas 42% dos chilenos consideram que Pinochet destruiu a democracia do país. Esse número representa uma redução em relação aos 63% registrados há dez anos e aos 68% alcançados em 2006, ano da morte do ditador.

Em resumo, a visita do presidente do México ao Chile para participar das celebrações do aniversário do golpe de 1973 foi marcada por críticas contundentes ao general Augusto Pinochet e por manifestações de solidariedade aos exilados políticos chilenos. O evento também foi palco de atos de vandalismo, repudiados pelo presidente chileno, Gabriel Boric. A polarização política no Chile é um ponto importante a ser observado, já que a extrema direita tem ganhado força e o governo de esquerda enfrenta baixa popularidade.

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