As forças russas na Ucrânia organizaram a votação em quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson – que Moscou afirma ter anexado. Cabines móveis foram instaladas apesar da contraofensiva ucraniana e de relatos de que os moradores foram forçados a adotar passaportes russos. Kiev denunciou esse processo como uma farsa e pediu aos aliados que condenem o voto “falso”. O serviço de segurança da Ucrânia também alertou que possui uma lista de “colaboradores” ajudando a organizar a votação e prometeu punições.
Enquanto isso, em Moscou, o presidente da Câmara, Sergei Sobyanin, parece prestes a ser reeleito após 13 anos à frente da maior cidade da Europa. Durante esse período, Sobyanin presidiu vários megaprojetos de modernização da cidade. Nas eleições de 2013, ele quase foi derrotado pelo ativista anticorrupção Alexei Navalny. No entanto, Navalny está atualmente cumprindo uma pena de 19 anos de prisão por criticar a ofensiva do Kremlin na Ucrânia. Sobyanin não enfrenta nenhuma concorrência séria e é creditado pelos moscovitas pela modernização da cidade.
Nas regiões da fronteira com a Ucrânia, onde têm ocorrido frequentes ataques de Kiev, a votação está ocorrendo em um ambiente de segurança precária. Uma das poucas corridas competitivas na Rússia ocorre na remota região de Khakassia, na Sibéria, onde o comunista Valentin Konovalov está concorrendo à reeleição. Konovalov venceu as eleições em 2018, derrotando um candidato apoiado pelo Kremlin, e permaneceu no cargo. O candidato apoiado por Moscou, Sergei Sokol, desistiu da corrida no último minuto, evitando uma derrota embaraçosa.
Essas eleições locais não são apenas um indicativo do cenário político na Rússia, mas também são cruciais para o futuro do Kremlin. O resultado das eleições pode influenciar as eleições presidenciais planejadas para o próximo ano, que serão um teste para a liderança de Putin. Resta esperar para ver como esses resultados afetarão o cenário político do país nos próximos anos.
