Embora o número global de assassinatos seja ligeiramente inferior ao do ano anterior, a situação não melhorou vantajosamente e manteve-se a média de um ativista assassinado a cada dois dias, conforme apurou a organização britânica.
A Colômbia, país que enfrenta um conflito armado há meio século, sempre foi um dos mais perigosos para os ambientalistas. No ano passado, o número de assassinatos quase dobrou em relação a 2021, chegando a 60 vítimas. “Mais uma vez, os povos indígenas, as comunidades afrodescendentes, aqueles que se dedicam à agricultura de pequena escala e as pessoas que defendem o meio ambiente foram duramente atingidos” no país sul-americano, ressaltou a Global Witness.
Além da Colômbia, outros países da América Latina também enfrentam altos índices de assassinatos de ambientalistas. O Brasil registrou 34 assassinatos no ano passado, seguido pelo México com 31, Honduras com 14 e Filipinas com 11.
Embora seja difícil especificar as causas exatas dos assassinatos, a Global Witness destaca que a maioria deles está relacionada ao agronegócio, mineração, exploração madeireira, acesso à água e caça furtiva.
Os números também revelam a alarmante violência contra menores de idade. No Brasil, três crianças foram assassinadas, assim como um na Colômbia e outro no México. Três deles eram indígenas.
A situação na Floresta Amazônica também é preocupante. Segundo o relatório, todos os 39 defensores da Amazônia foram mortos no ano passado, sendo 11 deles pertencentes a comunidades indígenas. A Global Witness alerta que ano após ano, aqueles que defendem esse bioma dão a vida protegendo seus lares, seus meios de subsistência e o bom estado do nosso planeta.
O relatório também destaca a hostilidade enfrentada pelos ambientalistas no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro, um negacionista das mudanças climáticas. No México, houve queda no número de assassinatos em relação ao ano anterior, mas a situação continua alarmante.
Em suma, os dados apresentados pela Global Witness revelam a triste realidade da violência contra os defensores do meio ambiente, especialmente na América Latina. A falta de proteção e impunidade podem ser apontadas como fatores que contribuem para essa situação alarmante. A luta pela preservação e sustentabilidade do planeta continua, mas é necessária uma ação efetiva para garantir a segurança daqueles que dedicam suas vidas a essa causa.