A Espanha revoga medalha concedida a Pinochet em 1975.

O governo de esquerda espanhol anunciou nesta terça-feira (12) a retirada de uma alta condecoração militar concedida pela Espanha ao ex-ditador chileno Augusto Pinochet em 1975. A medida foi tomada para “reparar uma injustiça histórica” e coincide com o 50º aniversário do golpe de Estado que derrubou Salvador Allende.

A decisão foi anunciada pela porta-voz do governo, Isabel Rodríguez, em entrevista coletiva, após o conselho de ministros. Ela afirmou que a retirada da Grã-Cruz do Mérito Militar, concedida na época pelo regime franquista, representa um avanço na coerência com os compromissos democráticos, direitos e liberdades.

Essa decisão já havia sido antecipada pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, que escreveu em sua rede social: “Chegou a hora de reparar uma injustiça histórica”. Ele também destacou que há 50 anos a democracia chilena foi vítima de um ataque brutal que abalou o mundo.

Pinochet recebeu a condecoração em 1975, quando a Espanha ainda estava sob a ditadura de Francisco Franco. A retirada da medalha foi comemorada pelo presidente chileno, Gabriel Boric, que agradeceu ao governo espanhol pela decisão. Em sua mensagem nas redes sociais, ele destacou a importância da memória, justiça e do futuro para que eventos como o golpe de Estado nunca mais se repitam.

Essa medida é mais um dos esforços que têm sido feitos nos últimos anos para lidar com os crimes cometidos durante a ditadura de Pinochet. O Chile tem buscado justiça e reparação para as vítimas e seus familiares ao investigar os abusos ocorridos durante esse período sombrio da história do país.

A retirada da condecoração é um gesto importante no sentido de não glorificar um ditador responsável por violações graves dos direitos humanos. Ao tomar essa decisão, o governo espanhol demonstra seu compromisso com os valores democráticos e com a rejeição de qualquer forma de ditadura.

Espera-se que essa medida promova reflexões não apenas sobre o passado sombrio da Espanha e do Chile, mas também sobre o papel dos governos democráticos na promoção dos direitos e liberdades. O reconhecimento das injustiças cometidas no passado é fundamental para construir um futuro mais justo e democrático.

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