A pesquisa, conduzida por historiadores, teve duração de um ano e seu objetivo é trazer à tona os abusos que ocorreram na Suíça. Os dados finais serão publicados após mais três anos de investigações. Até o momento, porém, já se pode afirmar que 74% das vítimas identificadas eram menores de idade.
Os abusos foram cometidos por 510 pessoas, a maioria homens. Das vítimas identificadas, 56% eram homens, 39% mulheres e nos demais casos o sexo das vítimas é desconhecido. Ficou evidente que as autoridades da Igreja ignoravam, ocultavam ou minimizavam a maioria dos casos até os anos 2000. Ao serem obrigadas a agir, muitas vezes a preocupação estava em proteger os agressores, a instituição ou suas próprias posições.
O estudo também chamou atenção para o sofrimento das vítimas e a falta de apoio que elas recebiam por parte da Igreja Católica. Renata Asal Steger, presidente da Conferência Central Católica Romana da Suíça, admitiu que essa questão é motivo de preocupação há muito tempo e que houve falhas no tratamento das vítimas.
Segundo a professora Marietta Meier, uma das responsáveis pelo estudo, o objetivo é que o trabalho contribua para um processo de cura e justiça para as vítimas. Além disso, destaca-se a importância de abrir espaço para o diálogo e para a revisão das políticas e práticas da Igreja Católica.
Esse estudo revelador traz à tona a realidade perturbadora dos abusos sexuais cometidos na Igreja Católica na Suíça. Com quase mil vítimas identificadas, esses números evidenciam a gravidade do problema e a necessidade de uma resposta efetiva por parte da instituição religiosa. Ainda se espera que mais investigações e ações sejam tomadas para garantir que as vítimas sejam ouvidas, apoiadas e que os agressores sejam responsabilizados pelos seus atos.