Em agosto, o governo registrou déficit primário de R$ 25,7 bilhões, seguindo a tendência de desequilíbrio fiscal.

No mês de agosto, as contas do governo central registraram um déficit primário de R$ 25,7 bilhões, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Isso significa que as despesas foram maiores do que as receitas.

No total, as receitas líquidas do governo central alcançaram R$ 134,6 bilhões, enquanto as despesas somaram R$ 160,3 bilhões apenas no mês de agosto.

Apesar do déficit, é importante ressaltar que o valor observado foi 51,2% inferior ao déficit registrado em agosto de 2022, que foi de R$ 52,7 bilhões. Isso mostra uma tendência de melhora nas contas públicas.

Já no acumulado deste ano, o déficit chega a R$ 102,9 bilhões, enquanto no mesmo período do ano passado o governo central acumulava um superávit de R$ 26,3 bilhões. Ou seja, houve uma inversão considerável na situação fiscal do país.

Em relação às receitas, o Ipea aponta que houve quedas significativas em agosto de 2022. As receitas não administradas pela Receita Federal tiveram uma redução de 30,1%, enquanto as receitas administradas pelo órgão tiveram uma queda de 8,4%.

No entanto, é importante destacar que essa queda foi parcialmente compensada por um aumento de 3% na arrecadação do Regime Geral de Previdência Social, o que amenizou as perdas na receita líquida, que ficaram em 7,1% na comparação com agosto de 2022.

Entre os tributos administrados pela Receita Federal, apenas o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-combustíveis) apresentaram aumento em relação ao mesmo período do ano passado. Os demais tributos registraram perdas.

Em relação às despesas, os destaques do mês de agosto foram os aumentos nos gastos com controle de fluxo, que tiveram um aumento de 56% devido aos pagamentos do Bolsa Família. Por outro lado, houve redução nas despesas com previdência e pessoal (-91%), créditos extraordinários (-97%) e despesas discricionárias (-48%).

Esses números mostram que o governo central ainda enfrenta desafios para equilibrar suas contas, mas também indicam que algumas medidas adotadas estão surtindo efeito na redução do déficit. É importante que o governo continue buscando formas de aumentar a arrecadação e controlar as despesas para garantir a sustentabilidade das contas públicas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo