Esses militares serão investigados pela Justiça militar e também pelo Ministério Público, segundo o general Ospina, que não deu detalhes sobre quanto tempo eles ficarão afastados de suas funções. O episódio ocorreu no município de Tierralta, no departamento de Córdoba, e um vídeo que circulou nas redes sociais e na imprensa mostrava os militares apontando seus fuzis contra crianças, mulheres e outros habitantes de uma área rural. O governo classificou esse incidente como de extrema gravidade.
O general Ospina reconheceu que os militares transgrediram a política institucional, os postulados do Exército Nacional, as leis, a doutrina, as normas e o marco constitucional. Além disso, um helicóptero que transportava comissões de investigação do Ministério Público e da Justiça Penal Militar foi atingido por um disparo na região, o que obrigou um pouso de emergência em uma base militar. O general explicou que essa região é um corredor do narcotráfico e após uma investigação foi possível estabelecer que o Clã do Golfo, organização criminosa, assumiu a autoria desse ataque.
O presidente Gustavo Petro comparou o comportamento dos militares nesse incidente com os esquadrões de direita que semearam terror durante o auge do paramilitarismo. Ele pediu ao Exército que faça sua própria investigação e a apresente publicamente ao lado do governo. A Defensoria do Povo também pediu explicações sobre as violações dos direitos humanos ocorridas em Tierralta, incluindo um suposto ato de abuso sexual contra uma mulher indígena.
Esse episódio envolvendo militares é mais um escândalo relacionado a violações de direitos humanos por parte das forças armadas colombianas. Entre 2002 e 2008, efetivos da força pública assassinaram mais de 6.400 civis que foram apresentados como guerrilheiros mortos em combate, em uma prática conhecida como “falsos positivos”. O presidente Gustavo Petro destacou a importância de não voltar ao paramilitarismo e ao despojo de terras, considerando isso como o pior erro militar da força pública. Ele ressaltou que isso não pode acontecer em seu governo.