Segundo o general Dutra, ele não tinha conhecimento prévio sobre a intervenção que aconteceria no dia 8 de janeiro e que resultou no ataque ao Congresso Nacional. Ele afirmou que não foi informado sobre qualquer tipo de ação coordenada para desmontar o acampamento e que, portanto, não houve omissão de sua parte.
A senadora Eliziane Gama questionou o general sobre as medidas tomadas para evitar a invasão do Congresso Nacional e a segurança dos manifestantes e militares presentes no local. Dutra respondeu que, na época, o efetivo de segurança não foi reforçado, pois não havia indícios de que as manifestações poderiam se tornar violentas. Ele disse que, quando as primeiras agressões ocorreram, as forças de segurança atuaram prontamente para conter a situação.
Durante seu depoimento, o general Dutra também destacou que, desde o início das manifestações em frente ao quartel, havia um diálogo constante entre os militares e os manifestantes. Ele afirmou que, por diversas vezes, foram realizadas reuniões e negociações para tentar chegar a um acordo e encerrar o acampamento pacificamente. No entanto, os manifestantes não aceitaram as propostas apresentadas pelas autoridades militares.
A senadora Eliziane Gama ainda questionou o general sobre a presença de infiltrados nos acampamentos, um aspecto que tem sido amplamente discutido. O general Dutra afirmou que não tinha conhecimento de agentes infiltrados, mas admitiu que havia suspeitas e que a inteligência militar estava acompanhando de perto essa possibilidade.
O depoimento do general Gustavo Henrique Dutra trouxe alguns esclarecimentos sobre a atuação das forças militares durante os acontecimentos que precederam os ataques golpistas. No entanto, ainda restam muitas perguntas sem resposta e a CPMI do 8 de Janeiro continuará investigando o caso para buscar mais informações sobre o ocorrido.