As inundações fatais na Líbia explicadas: causas climáticas intensificadas, infraestrutura inadequada e falta de planejamento resultam em tragédias devastadoras.

As inundações provocadas pela tempestade Daniel no leste da Líbia causaram uma tragédia sem precedentes na cidade de Derna. A tempestade chegou à costa leste do país no domingo à noite, passando por várias cidades antes de atingir com grande intensidade Derna.

A água das chuvas rompeu duas represas do rio Wadi Derna, causando uma poderosa corrente que destruiu bairros inteiros e pontes, avançando em direção ao Mar Mediterrâneo. As estradas foram obstruídas, dificultando o acesso ao local da catástrofe.

Segundo as autoridades que controlam o leste da Líbia, já foram registradas 3.800 mortes, mas o número pode ser muito maior. A região onde ocorreu o desastre é controlada por autoridades não reconhecidas internacionalmente.

A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho informou que o número de mortos pode chegar a várias milhares, com 10 mil desaparecidos. Outras autoridades acreditam que o saldo de vítimas fatais pode ultrapassar os 10 mil.

A Organização Internacional para as Migrações informou que pelo menos 30 mil pessoas foram deslocadas de Derna, juntando-se a outros deslocados de cidades próximas. Estima-se que 884 mil pessoas tenham sido afetadas diretamente pela tragédia.

Os especialistas culpam a interferência nas infraestruturas, a falta de planejamento urbano adequado e a falta de preparação para desastres naturais pela alta quantidade de mortes em Derna. A maioria dessas mortes poderia ter sido evitada se os avisos tivessem sido emitidos e a evacuação da população tivesse sido realizada.

A Líbia está em estado de caos e guerra desde a revolta popular que derrubou o ditador Muammar Kadafi em 2011. Atualmente, o país é governado por dois governos rivais, um reconhecido pela ONU e outro no leste do país.

Ajuda internacional chegou ao local, incluindo equipes de resgate estrangeiras e comboios de ajuda vindos da capital Trípoli. A Organização das Nações Unidas, os Estados Unidos e vários países do Oriente Médio e Norte da África prometeram enviar ajuda para a região.

O diretor do Escritório de Coordenação Humanitária da ONU anunciou a liberação de 10 milhões de dólares de um fundo de emergência e afirmou que uma equipe está no local para apoiar e financiar a resposta internacional.

A extensão total da tragédia ainda é desconhecida, mas organizações como o Programa Mundial de Alimentos já estão prestando ajuda às famílias deslocadas. Uma situação grave que exige a solidariedade de todos os países para enfrentar essa crise humanitária.

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