Exige-se diploma para jornalistas, reforçam especialistas em meio a debates sobre a qualidade da informação.

A obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista tem sido tema de discussão entre especialistas no combate à desinformação. Esse assunto foi debatido durante o seminário Combate à Desinformação e Defesa da Democracia, promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em parceria com universidades públicas.

De acordo com o coordenador de Relações Institucionais da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), Marcos Urupá, o diploma é um elemento-chave para a formação adequada do profissional. Ele destacou a importância da valorização dos jornalistas, uma vez que eles desempenham um papel fundamental na democracia do país. Durante a ditadura, os jornalistas foram perseguidos e estiveram na vanguarda da luta pela democracia, assim como professores universitários e servidores públicos.

A professora Juliana Marques, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), também defendeu a relevância do diploma para o exercício jornalístico. Ela ressaltou que, para combater a desinformação, é necessário aprimorar os currículos dos cursos de jornalismo e que as universidades precisam do apoio do STF nesse enfrentamento.

Durante o painel, o ministro do STF Cristiano Zanin enfatizou a importância do jornalismo e das agências de checagem de notícias para a defesa da democracia e das liberdades individuais. Ele ressaltou a responsabilidade dos jornalistas em seguir regras e verificar a veracidade das informações antes de publicá-las.

A produção de conteúdo das agências de checagem também foi destacada durante o seminário. Natália Leal, representante da agência Lupa, alertou sobre a importância de valorizar o trabalho do jornalismo nessa frente de combate à desinformação. Ela ressaltou que a quantidade de fake news divulgadas diariamente nas redes sociais e na internet é alarmante e que é necessário fortalecer o jornalismo como ferramenta para enfrentar esse problema.

A diretora executiva da agência Aos Fatos, Tai Nalon, explicou que o combate à desinformação parte de um contexto macro, que inclui tanto a informação errada sem a intenção de causar dano, quanto a desinformação coordenada com o objetivo de prejudicar. Ela enfatizou a importância de diferenciar quem são os responsáveis pela disseminação de mentiras, desde aqueles que compartilham passivamente até os engenheiros que produzem mentiras com intenção de manipular conteúdos.

Portanto, é consenso entre os especialistas que a formação adequada dos jornalistas é essencial para combater a desinformação e acredita-se que a obrigatoriedade do diploma seja uma forma de valorizar a profissão e garantir a qualidade das informações veiculadas.

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