Durante a marcha, mães exibiram fotos de seus filhos encarcerados e exigiram a libertação dos mesmos, afirmando que são inocentes e que não há provas de que eles pertenceriam a gangues criminosas. “Neste dia marchamos unidos dizendo não à reeleição”, declarou à imprensa Sonia Urrutia, dirigente da Frente de Resistência e Rebeldia Popular.
O juiz Juan Antonio Durán também participou da marcha e afirmou que “a reeleição é terminantemente proibida” pela Constituição do país. No entanto, autorizado pela Suprema Corte, Bukele anunciou há um ano que buscará um segundo mandato nas eleições de 2024, apoiado pela popularidade que conquistou com sua política de combate às gangues.
Pesquisas de opinião indicam que nove em cada dez salvadorenhos aprovam o governo de Bukele, que implementou medidas para devolver a segurança às ruas do país. Com o regime de exceção e prisões sem mandado judicial, o governo deteve cerca de 72.600 supostos membros de gangues, alegando estar combatendo o crime organizado. No entanto, autoridades afirmam que cerca de 7.000 inocentes foram liberados.
Os métodos adotados por Bukele contra as gangues têm sido criticados pela Igreja Católica e por grupos de direitos humanos. Mães e familiares de detidos denunciam casos de prisões injustas e falta de provas de envolvimento com as gangues.
Durante a marcha, uma mulher exibiu uma foto com a legenda “Libertem Duval Mata Alvarado. Tem duas resoluções judiciais e continua sequestrado em centros penais”, reivindicando a soltura de seu filho, que está preso mesmo com decisões judiciais favoráveis à sua libertação.
A manifestação ocorreu sem intercorrências e aconteceu em paralelo a um desfile cívico-militar organizado pelo governo para celebrar a independência do país. A reeleição de Bukele e a situação dos presos por suposto envolvimento com gangues continuam sendo temas de debate e protesto na sociedade salvadorenha.