Repórter Recife – PE – Brasil

Mulheres casadas, na faixa etária de 25 a 44 anos, predominam ao receberem o green card.

Renata Stoica, uma enfermeira formada que vive em San Carlos, na Califórnia, decidiu sair do Brasil por alguns meses para aperfeiçoar seu inglês. Seu objetivo inicial era retornar ao Brasil e mudar de área, trabalhando com pesquisa clínica. No entanto, depois de se casar com um americano, ela decidiu voltar aos Estados Unidos, onde conseguiu obter o green card e estabelecer sua vida em solo americano. Hoje, ela é proprietária de uma fábrica de brigadeiros.

Renata faz parte de uma estatística que demonstra o perfil dos brasileiros que foram concedidos o green card. De acordo com dados fornecidos pelo escritório de advocacia AG Immigration, que foram coletados em 2021, a maioria dos beneficiados é composta por mulheres, a maioria delas casadas. A Califórnia é um dos estados mais buscados pelos brasileiros.

Do total de green cards emitidos, mais de 18 mil foram concedidos, sendo que 57,8% foram para mulheres, sendo que 58,8% delas tinham entre 25 e 44 anos. Além disso, 77,6% das mulheres eram casadas. Já em relação aos homens, eles receberam 42,2% dos green cards em 2021, sendo que 53,4% tinham entre 25 e 44 anos e 70,8% eram casados.

A maioria dos vistos permanentes (57,8%) foi concedida através de parentesco com cidadãos americanos. Geralmente, são brasileiros que se casaram com um americano ou são familiares imediatos (pais, cônjuges e filhos solteiros menores de 21 anos) de um brasileiro que se tornou cidadão americano.

Outros 37,52% dos green cards foram concedidos a profissionais com habilidades excepcionais, trabalhadores talentosos em diversas áreas que vão para os Estados Unidos com o intuito de trabalhar, muitas vezes sendo patrocinados por empresas americanas. De acordo com Felipe Alexandre, da AG Immigration, a existência de oportunidades de trabalho estimula a vinda de brasileiros para o país, incluindo profissionais renomados que estão em busca de melhores oportunidades e fugindo do que era conhecido como “subempregos”.

A Flórida é o estado que mais atrai brasileiros com green card, com 28% dos beneficiados escolhendo residir lá, especialmente na cidade de Orlando. Em seguida, temos Massachusetts (11%), Califórnia (10%), Nova Jersey (6%) e Nova York (5,46%).

De acordo com o Ministério de Relações Exteriores (MRE), até o final de 2020, havia aproximadamente 4,5 milhões de brasileiros vivendo no exterior. A maior comunidade estrangeira está nos Estados Unidos, com cerca de 1,9 milhão de brasileiros, mais de cinco vezes o número de brasileiros em Portugal, o segundo país com a maior concentração de brasileiros no exterior. O Paraguai ocupa o terceiro lugar, seguido pelo Reino Unido e Japão.

O MRE oferece assistência aos brasileiros no exterior através de seus postos diplomáticos e consulares, que trabalham desde a emissão de documentos até situações emergenciais como hospitalizações e disputas de guarda de menores. Além disso, a rede consular brasileira organiza sessões eleitorais em 97 países para quase 700 mil brasileiros que se inscreveram para votar nas eleições no exterior. Para o MRE, a presença dos brasileiros no exterior é importante para promover a imagem do Brasil no mundo.

Para os brasileiros que vivem nos Estados Unidos, lidar com a saudade é uma questão complexa. No entanto, as tecnologias como WhatsApp, videochamadas e redes sociais aproximaram as pessoas, diminuindo a distância entre familiares e amigos. Renata Stoica, por exemplo, consegue visitar sua família no Brasil pelo menos uma vez por ano, e eles também a visitam nos Estados Unidos quando têm a oportunidade. A saudade é sentida, mas ela afirma que é uma saudade saudável, que não a entristece por estar longe.

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