De acordo com Girão, o estoicismo enfatiza a importância de viver de maneira ética e virtuosa. Para o senador, propostas que flexibilizam regras sobre o aborto e a legalização de drogas refletem uma decadência moral.
Durante o debate, a professora Lúcia Helena Galvão Maya, da organização internacional de filosofia Nova Acrópole, afirmou que a educação falha em incentivar o desenvolvimento moral. Segundo ela, se os ensinamentos estóicos fossem observados por todos, o mundo seria um lugar melhor.
A aplicação da doutrina estóica também foi discutida em relação à política brasileira. O empresário e cientista político Luiz Felipe d’Avila, que foi candidato a presidente da República pelo partido Novo, afirmou que a observação dos princípios estóicos levariam os cidadãos a participar mais da política e os políticos a buscarem uma “democracia plena”.
Outro convidado, Luis Carlos Marques Fonseca, diretor-presidente da Nova Acrópole, apontou que o estoicismo deveria fundamentar um “novo sistema de valores” na sociedade. Segundo ele, o sistema de valores atual é frágil e corre o risco de se romper. Fonseca também criticou a medicamentação excessiva de pessoas diagnosticadas com doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade, sem que haja mudanças no estilo de vida.
A sessão especial contou com a participação presencial de cidadãos e também pelo Portal e-Cidadania na internet. O senador Girão lembrou que tem conduzido audiências públicas sobre doenças mentais na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
O estoicismo, uma filosofia de vida que surgiu na Grécia por volta dos séculos dois e três antes de Cristo, tem se mostrado como uma alternativa para enfrentar as dificuldades e crises morais presentes na sociedade brasileira. A proposta de viver de maneira ética, controlando as emoções e aceitando os aspectos incontroláveis da vida, pode contribuir para uma sociedade mais equilibrada e virtuosa.
No entanto, é importante ressaltar que o estoicismo não é uma solução mágica para todos os problemas do país. É necessário um esforço coletivo e uma reflexão sobre os valores éticos presentes na sociedade. A educação desempenha um papel fundamental nesse processo, proporcionando o desenvolvimento moral dos indivíduos.
Além disso, a aplicação dos princípios estóicos no âmbito político pode estimular uma maior participação dos cidadãos e uma busca por uma “democracia plena”. A observação dos problemas que impedem o país de avançar, como o populismo, o nacional-estatismo e a ineficiência do Estado, pode levar a mudanças significativas na política brasileira.
No entanto, é importante lembrar que o estoicismo não deve ser usado como uma desculpa para a inação ou para a falta de empatia com os problemas dos outros. O objetivo não é apenas alcançar a felicidade individual, mas também contribuir para o bem-estar coletivo.
Em resumo, a proposta de utilizar a filosofia estóica como forma de superar as dificuldades no país é um debate interessante e importante. A aplicação dos princípios estóicos pode contribuir para uma sociedade mais ética, virtuosa e engajada politicamente. No entanto, é necessário um esforço coletivo e uma reflexão constante para que esses princípios sejam aplicados de forma efetiva e responsável.