Houve encontro entre conselheiro dos EUA e chanceler chinês, alimentando a expectativa de uma futura reunião entre Biden e Xi.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em um esforço de aproximação entre os dois países. O encontro ocorreu em Malta, no fim de semana, e teve duração total de 12 horas. As discussões abordaram as relações entre os dois países, a guerra na Ucrânia e as tensões sobre Taiwan.

Segundo autoridades americanas, Sullivan reforçou que os EUA não apoiam a independência de Taiwan, mas rejeitam qualquer mudança unilateral no status quo, tanto por parte dos taiwaneses quanto dos chineses. Já o governo chinês ressaltou que a questão de Taiwan é uma linha vermelha que não deve ser ultrapassada nas relações sino-americanas.

Além disso, a Casa Branca afirmou que Sullivan enfatizou que a China não deve ajudar a Rússia na guerra contra a Ucrânia. Essa declaração está baseada nas informações do serviço secreto americano de que os chineses têm considerado enviar armamentos à Moscou desde o início do ano.

Em relação ao encontro entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping, autoridades americanas estão tentando viabilizá-lo, paralelamente a uma cúpula internacional marcada para novembro, em São Francisco. Os dois líderes não se falam desde a cúpula do G20 em Bali, em novembro de 2022.

O encontro entre Sullivan e Wang é o mais recente de uma série de conversas de alto nível entre funcionários dos dois governos. Ainda que haja esforços para aproximação, acontecimentos recentes no governo chinês levantaram dúvidas sobre a possibilidade concreta dessa conversa bilateral entre Biden e Xi realmente acontecer.

No último mês, Xi Jinping trocou os dois comandantes mais graduados da Força de Foguetes do Exército chinês, o que foi interpretado por analistas como uma tentativa de reafirmar seu controle sobre os militares e combater a corrupção e a deslealdade dentro do Exército de Libertação Popular.

Portanto, apesar dos esforços de aproximação entre EUA e China, existem desafios e incertezas que podem dificultar o estabelecimento de um diálogo entre os presidentes dos dois países. A questão de Taiwan, a guerra na Ucrânia e a própria situação interna do governo chinês são alguns dos principais pontos de tensão que precisam ser superados para que um encontro bilateral se concretize.

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