No início deste ano, a educação infantil obteve um investimento total de R$ 443,09 milhões, demonstrando o compromisso com o setor.

No primeiro semestre deste ano, o governo federal destinou uma quantia significativa para investir na educação infantil, destinando um total de R$ 443,09 milhões para a construção e manutenção de creches. Esse valor representa um aumento considerável em comparação aos anos anteriores, já que em 2022 foram aplicados R$ 110,8 milhões e, no ano de 2020, apenas R$ 39,3 milhões, durante o primeiro ano de vigência do Plano Plurianual (PPA) do governo anterior.

Esses números foram divulgados em um levantamento elaborado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) a pedido da Agenda 227, um movimento que luta pelos direitos de crianças e adolescentes e que conta com a participação de diversas instituições, como a Childhood Brasil, a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o Geledés – Instituto da Mulher Negra e o Instituto Clima e Sociedade (iCS). A pesquisa foi possível devido à disponibilização de dados pelo SIGA Brasil, sistema que garante a transparência nas informações sobre a execução do orçamento.

Ao divulgar os resultados do balanço, o Inesc destaca que, anteriormente, o governo mantinha 30 ações voltadas para a população infanto-juvenil, mas atualmente há apenas uma, o programa Criança Feliz, lançado em 2016, que tem como objetivo atender gestantes e crianças até 3 anos que estão cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) e crianças até 6 anos beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC). No entanto, o programa enfrenta dificuldades devido à falta de recursos.

Além disso, a Agenda 227 chama a atenção para a redução expressiva de recursos destinados à Rede Cegonha, uma política pública voltada para a saúde materno-infantil. Desde 2019, houve uma queda de 38% no orçamento do programa, passando de R$ 71,2 milhões no primeiro semestre daquele ano para R$ 44,2 milhões no primeiro semestre de 2022. Além disso, apenas 9,7% do valor total autorizado foi gasto no período de janeiro a junho deste ano.

Diante desse panorama, as entidades envolvidas ressaltam a importância de aumentar os investimentos na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança, que abrange crianças de até 9 anos. No primeiro semestre de 2022, apenas R$ 3,09 milhões foram gastos nessa área, e esse valor foi utilizado para quitar despesas de anos anteriores, de acordo com a análise do Inesc e da Agenda 227.

Esses dados revelam a necessidade de priorizar e fortalecer as políticas públicas voltadas para a educação e saúde da população infantil. Investimentos adequados nessas áreas são essenciais para garantir um desenvolvimento saudável e de qualidade para as crianças brasileiras. Portanto, é fundamental que o governo atue de forma mais efetiva, destinando recursos suficientes e priorizando esse segmento tão importante para o futuro do país.

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