As autoridades locais, as agências de ajuda e a equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão preocupadas com o risco de propagação de doenças, especialmente devido à água contaminada e à falta de higiene. A OMS está trabalhando para prevenir a disseminação de enfermidades e evitar uma segunda crise devastadora na região.
A tempestade vinda do Mediterrâneo atingiu Derna em 10 de setembro, causando o rompimento de duas barragens que estavam localizadas no leito do rio. Essas barragens, segundo relatos de moradores, apresentavam rachaduras desde 1998, porém nunca passaram por reparos. O volume de água foi comparado a um maremoto e destruiu a cidade de 100 mil habitantes, deixando um balanço provisório de quase 3.300 mortos, número que pode aumentar devido aos milhares de desaparecidos ainda não encontrados.
Diversas organizações humanitárias internacionais e autoridades locais alertam que o balanço final pode ser muito pior. Segundo Abdul Wahab al-Masouri, morador de Derna, a cidade está em um estado lastimável, sem vida e as pessoas estão morando em cavernas.
As equipes de resgate estão enfrentando dificuldades para realizar as tarefas de busca. No último domingo, cinco integrantes de uma equipe de emergência grega morreram em um acidente de trânsito pouco depois de chegarem ao leste da Líbia. Além disso, três integrantes de uma família líbia também faleceram no acidente. Diversos países enviaram equipes de resgate para auxiliar no trabalho, incluindo França, Grécia, Irã, Rússia, Arábia Saudita, Tunísia, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
O governo de Trípoli enviou ajuda e equipes de resgate para o local e anunciou o início das obras para a construção de uma ponte temporária sobre o leito do rio que atravessa a região, já que as quatro pontes que conectavam as duas margens foram destruídas pela força da água. A água submergiu uma área de 6 km² densamente habitada e danificou 1.500 edifícios, além de varrer do mapa 891 imóveis, de acordo com estimativas preliminares do governo.
A situação em Derna é desoladora, com a maioria das vítimas sendo sepultadas pela lama ou arrastadas para o Mediterrâneo. As equipes de resgate continuam realizando buscas e a ONU trabalha para prevenir a propagação de doenças e oferecer ajuda humanitária à população afetada.
