As estudantes acreditam que a redução da carga horária de disciplinas básicas irá prejudicá-las nos futuros exames, como o Enem, que está previsto para acontecer em 2024. Maria Eduarda, por exemplo, afirmou que terá que estudar além da escola para se preparar para o Enem. A preocupação das estudantes é compartilhada por muitos outros jovens que estão passando pelo mesmo processo.
O currículo do novo ensino médio, que entrou em vigor no ano passado, tem como objetivo permitir que os alunos se aprofundem nos temas de seu interesse através de itinerários. No entanto, a oferta desses itinerários é limitada pela capacidade das escolas e das redes de ensino. Na prática, as estudantes afirmam que o ensino médio não está conseguindo cumprir com a proposta inicial, pois a estrutura das escolas ainda apresenta deficiências, como a falta de uma merenda escolar adequada. Além disso, as aulas não são atrativas o suficiente e isso gera um retrocesso na educação.
A pandemia de covid-19 também contribuiu para a defasagem no aprendizado dos estudantes. Vitória ressaltou que mesmo com as aulas online, foi difícil acompanhar e que quando retornou às aulas presenciais, ficou perdida e teve dificuldade em correr atrás do conteúdo perdido. Com a chegada das novas matérias do ensino médio, a situação ficou mais confusa e a preparação para o Enem se tornou um desafio.
Diante dessas críticas, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou durante o congresso que as mudanças no Enem só devem ser implementadas em 2025. Além disso, o governo pretende apresentar alterações ao novo ensino médio, que serão apreciadas pelo Congresso Nacional ainda este ano. A proposta, construída após consulta pública, busca atender às demandas e críticas dos estudantes e da sociedade em geral.