Lula e Biden convergem na ONU, mas discordam sobre a situação bélica na Ucrânia. Visão alinhada em demais questões.

Os discursos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19), foram marcados por várias semelhanças e uma divergência central: a visão sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. Enquanto ambos líderes expressaram opiniões similares em relação ao combate às mudanças climáticas e a necessidade de reformar organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, suas posturas em relação ao conflito russo-ucraniano divergiram.

No que diz respeito às mudanças climáticas, Biden e Lula concordaram sobre a urgência de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e a necessidade de combater os impactos do aquecimento global. Biden destacou as ondas de calor recordes em todo o mundo, os incêndios florestais e as inundações como exemplos da mudança climática já em curso. Lula, por sua vez, ressaltou a gravidade da crise climática e a destruição causada por fenômenos climáticos extremos, enfatizando a necessidade de agir em prol dos mais vulneráveis.

A desigualdade social também foi tema abordado por ambos presidentes. Lula destacou a crescente desigualdade no mundo, com os 10 bilionários mais ricos possuindo mais riqueza do que os 40% mais pobres da população mundial. Biden afirmou que os Estados Unidos procuram um mundo mais equitativo e seguro para todas as pessoas, ressaltando a interdependência entre as nações na busca por um futuro melhor.

Outro ponto de convergência entre os discursos foi a necessidade de reformar organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU. Lula destacou a perda de credibilidade do Conselho e defendeu a ampliação de sua representatividade e eficácia. Biden concordou que é preciso mais vozes e perspectivas na mesa de discussões.

A divergência entre os presidentes ficou evidente no que diz respeito à guerra na Ucrânia. Biden, aliado do governo ucraniano, criticou a agressão russa e alertou para os riscos de permitir que a Ucrânia seja dividida. Ele defendeu a necessidade de enfrentar essa agressão para dissuadir futuros agressores. Por outro lado, Lula defendeu a busca por uma solução pacífica, baseada no diálogo e na negociação, questionando os investimentos bilionários em armamentos.

Em seu discurso, Lula também enfatizou a necessidade de estabilidade e segurança baseadas na inclusão social e no fim da desigualdade. Ele ressaltou a importância da ONU cumprir seu papel como promotor do diálogo e entendimento entre as nações.

Em suma, os discursos de Lula e Biden na ONU mostraram um alinhamento em diversos temas, como mudanças climáticas, desigualdade e reforma dos organismos internacionais. No entanto, a divergência central foi em relação à guerra na Ucrânia, com Biden defendendo uma postura mais firme contra a agressão russa e Lula buscando uma solução pacífica através do diálogo.

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