Além da indenização, o Atakarejo também deverá adotar medidas de combate ao racismo. O acordo estabelece 41 cláusulas, entre elas o compromisso da empresa em aumentar a inclusão de trabalhadores negros em seu quadro, manter um canal ativo para receber denúncias e proibir a contratação de pessoas condenadas por crimes violentos para realizar a segurança dos estabelecimentos.
A DPU ressaltou que o acordo não suspende outros processos em andamento contra a empresa, como as indenizações que serão destinadas às famílias das vítimas. O caso que resultou nessa condenação ocorreu em abril deste ano, quando seguranças do supermercado flagraram Bruno Barros, de 29 anos, e Yan Barros, de 19 anos, furtando pacotes de carne na unidade do Atakarejo localizada no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador. Os seguranças entregaram os jovens aos traficantes locais, que os torturaram e mataram. Os corpos foram encontrados no porta-malas de um carro.
Essa indenização milionária é um reflexo da gravidade do crime cometido pelo Atakarejo, que resultou na morte de dois jovens negros. A empresa enfrenta diversas acusações e processos decorrentes dessa trágica ocorrência. O acordo estabelecido representa um avanço na busca por justiça e reparação para as vítimas e suas famílias.
É importante destacar a necessidade de se combater o racismo estrutural que permeia a sociedade brasileira, especialmente no que diz respeito às relações de trabalho. O compromisso do Atakarejo em aumentar a inclusão de trabalhadores negros é uma medida importante para combater as desigualdades e promover a igualdade de oportunidades.
Espera-se que essa indenização sirva como exemplo para outras empresas, mostrando a importância de respeitar os direitos humanos e combater o racismo em todas as esferas da sociedade. O caso dos jovens mortos no Atakarejo é uma triste lembrança de como o preconceito pode ter consequências devastadoras. A luta contra o racismo deve ser constante e envolver todos os setores da sociedade, visando a construção de um país mais igualitário e justo para todos os cidadãos.