Durante a cerimônia que reuniu os primeiros países signatários, a atriz americana Sigourney Weaver expressou sua empolgação com a cooperação multilateral e a determinação para mudar a forma como vemos o oceano. Ela ressaltou a importância de cuidarmos, administrarmos e respeitarmos o oceano ao invés de enxergá-lo apenas como um grande lixão e uma fonte de extração.
O vice-primeiro-ministro da Bélgica, Vincent Van Quickenborne, enfatizou a urgência de proteger o oceano, afirmando que se não o fizermos, será o fim do jogo. Diversos países, como União Europeia, Chile, Costa Rica, Micronésia, Noruega, Fiji e Estados Unidos, estão entre os que assinaram o tratado na sede da ONU.
Nichola Clark, da ONG Pew Charitable Trusts, destacou que o tratado é o início de um novo capítulo, no qual a comunidade internacional deve tomar medidas ousadas para garantir a saúde dos oceanos e das comunidades que dependem deles. Atualmente, apenas 1% do alto-mar está protegido por medidas de conservação, por isso a importância de se estabelecer zonas marinhas protegidas nas águas internacionais.
Embora o texto tenha sido adotado formalmente por consenso em junho, a Rússia se distanciou do tratado. No entanto, espera-se que aproximadamente 70 países assinem o tratado ao longo do dia na ONU.
O alto-mar é uma área que não pertence a nenhum país e começa além das zonas econômicas exclusivas dos países. Apesar de representar quase metade do planeta e mais de 60% dos oceanos, o alto-mar foi negligenciado por muito tempo na batalha ambiental.
A ratificação do tratado é um passo crucial para garantir sua efetividade. Mads Christensen, diretor interino do Greenpeace Internacional, afirmou que a corrida pelas ratificações começa e pediu para que os países sejam ambiciosos e ratifiquem o tratado, visando sua entrada em vigor em 2025.
A proteção do oceano é fundamental, pois ele fornece metade do oxigênio que respiramos e absorve grande parte do CO2 emitido pelas atividades humanas, ajudando a limitar o aquecimento global. O novo tratado também estabelece a obrigação de realizar avaliações de impacto ambiental das atividades previstas em alto-mar e introduz o princípio de partilha dos benefícios dos recursos genéticos marinhos coletados nessa área.
Embora ainda seja necessário alcançar a universalidade esperada pelos defensores dos oceanos sem fronteiras, o tratado representa um avanço significativo na proteção dos ecossistemas marinhos. Agora, é essencial que os países ratifiquem o tratado o mais rápido possível, para que as metas de proteção dos oceanos sejam alcançadas até 2030.