Com a conferência anual das Nações Unidas sobre mudança climática, a COP28, prevista para novembro e dezembro deste ano em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Guterres fez um apelo às autoridades nacionais para intensificar os esforços em eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis, principais causadores do aquecimento global.
Durante o início da cúpula de um dia, o secretário-geral ressaltou que embora a transição para fontes de energia renovável esteja ocorrendo, ela está ocorrendo com décadas de atraso. Ele destacou a importância de recuperar o tempo perdido por conta dos atrasos, das disputas e da ganância de interesses que lucram bilhões com os combustíveis fósseis.
Guterres afirmou que muitos países mais pobres têm o direito de estar indignados com a crise climática, pois sofrem as consequências sem terem contribuído para sua criação. Além disso, criticou a falta de cumprimento das promessas de financiamento para auxiliar essas nações e ressaltou que seus custos de empréstimos estão muito altos.
O líder da ONU espera que a cúpula de um dia inspire mais investimentos e ações por parte de países e empresas, a fim de que alinhem seus planos climáticos com a meta global de alcançar emissões líquidas zero até 2050.
O presidente do Quênia, William Ruto, também participou do evento e defendeu a criação de um imposto universal sobre o comércio de combustíveis fósseis, assim como taxas sobre aviação, emissões marítimas e transações financeiras. Segundo Ruto, tanto a África quanto os países em desenvolvimento não precisam de caridade dos países desenvolvidos, mas sim de medidas concretas para enfrentar a crise climática.
Além dos líderes internacionais, diversas instituições financeiras, como a seguradora global de viagens Allianz, agências multilaterais de empréstimo, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, e governos, como Londres e o estado norte-americano da Califórnia, também estiveram presentes na cúpula climática.
Um relatório recente da ONU destacou que as promessas atuais de redução de emissões são insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. Serão necessárias mais de 20 gigatoneladas de reduções adicionais de CO2 nesta década, além de atingir zero emissões globais até 2050, para alcançar as metas estabelecidas.
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