Durante a reunião realizada nesta quinta-feira (21), Salles apresentou um resumo do relatório no qual faz acusações contra o MST. O movimento, que reivindica a reforma agrária e é favorável à agricultura familiar, foi acusado pelo relator de cometer uma série de irregularidades, incluindo abusos contra assentados e privilégios de dirigentes. Além disso, Salles afirma que o MST se apropria de recursos públicos.
Para o relator, não há necessidade de aumentar as áreas destinadas à reforma agrária no momento. Segundo ele, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é o “maior latifundiário improdutivo do país”. Salles prometeu apresentar anexos ao relatório, nos quais detalhará o que considera crimes praticados por integrantes do movimento.
O deputado também solicitou o indiciamento de 11 pessoas, incluindo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e José Rainha, líder da Frente de Luta Campo e Cidade. Salles sugeriu ainda que o presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Messias Silva, seja indiciado.
A decisão de adiar a votação gerou expectativa e divisões entre os parlamentares. Enquanto apoiadores de Salles defendem a continuidade das investigações e punições severas aos acusados, críticos ao relatório alegam que há motivações políticas por trás das acusações e afirmam que o movimento tem papel importante na luta pela reforma agrária.
Diante da complexidade e das polêmicas envolvendo o tema, a votação do relatório promete ser acalorada e cercada de discussões. Na próxima terça-feira, os deputados terão a oportunidade de analisar o documento com mais detalhes e expressar suas opiniões sobre as acusações feitas pelo relator. O resultado da votação pode ter impactos significativos nas políticas relacionadas à reforma agrária e nas relações entre o MST e o poder público.