No acumulado do ano, a arrecadação chegou a R$ 1,52 bilhão, registrando uma queda real de 0,83% em relação ao mesmo período de 2022. Esse valor acumulado é o maior desde 1995.
Os números detalhados sobre a arrecadação de agosto estão disponíveis no site da Receita Federal. Em relação às receitas administradas pelo órgão, o valor arrecadado no mês passado ficou em R$ 167,04 bilhões, representando uma queda real de 3,33%. Já no acumulado do ano, a arrecadação alcançou R$ 1,44 trilhão, apresentando um crescimento real de 0,69%.
Esses resultados são influenciados por alterações na legislação tributária e por pagamentos atípicos tanto em 2022 quanto em 2023, principalmente do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incidem sobre o lucro das empresas. A Receita destaca que esses indicadores são importantes para avaliar a atividade econômica e o setor produtivo.
Além disso, as desonerações concedidas no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Programa de Integração Social/Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) também impactaram o resultado da arrecadação.
Em relação ao lucro das empresas, a arrecadação do IRPJ e da CSLL registrou um valor de R$ 28,51 bilhões em agosto, com uma queda real de 23,30% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Esse resultado é explicado pelo decréscimo real de 33,25% na arrecadação da estimativa mensal de empresas.
A Receita Federal ressalta que, em agosto de 2022, houve pagamentos atípicos de R$ 5 bilhões nessa arrecadação. No acumulado do ano, o IRPJ e a CSLL somaram R$ 330,49 bilhões, registrando uma queda real de 8,24%. Esse desempenho é explicado pelo recuo real de 13,53% na estimativa mensal e de 34,02% na declaração de ajuste do IRPJ e da CSLL, enquanto o lucro presumido teve um aumento real de 5,99%.
No entanto, fatores não recorrentes também impactaram a arrecadação. Um deles foi o recolhimento extra do imposto de exportação sobre combustíveis, que ocorreu em agosto deste ano e somou R$ 830 milhões. Isso não tinha acontecido no mesmo mês de 2022. Por outro lado, houve desonerações tributárias, como a redução de alíquotas do PIS/Cofins sobre combustíveis, que resultou em uma desoneração de R$ 2 bilhões em agosto. No acumulado do ano, essa desoneração chega a R$ 25,25 bilhões.
A Receita também destaca outros destaques da arrecadação de agosto, como o Imposto de Importação e o IPI Vinculado à Importação, que apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 6,76 bilhões, com uma diminuição real de 16,64%. Já o PIS/Pasep e a Cofins tiveram uma arrecadação de R$ 36,53 bilhões no mês passado, representando um crescimento real de 6,08%. Além disso, as outras receitas administradas pela Receita Federal somaram R$ 4,52 bilhões em agosto, apresentando um acréscimo real de 57,19%.
A Receita ainda apresentou os principais indicadores macroeconômicos que contribuíram para o desempenho da arrecadação. Entre eles estão a venda de serviços, que teve um crescimento de 3,5% em julho, e a massa salarial, que cresceu 11,25% no mesmo mês. A venda de bens também registrou um aumento de 6,6% em julho, enquanto a produção industrial apresentou uma queda de 2,5%. O valor em dólar das importações teve um recuo de 17,9% em relação a julho do ano passado.
Esses dados revelam a atual situação da arrecadação da União, mostrando a queda pelo terceiro mês consecutivo e destacando os fatores que influenciaram esse resultado. Além disso, as informações sobre as receitas administradas pela Receita Federal e os indicadores macroeconômicos ajudam a entender melhor o cenário econômico do país.
