Azerbaijão e separatistas armênios discutem futuro de Nagorno-Karabakh em negociações históricas, buscando soluções para o conflito de longa data.

O governo do Azerbaijão e os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh celebraram nesta quinta-feira (21) as primeiras conversas de paz, após a operação relâmpago das forças de Baku, que reivindicou o controle sobre este território do Cáucaso.

As negociações aconteceram na cidade azerbaijana de Yevlax e duraram quase duas horas. Segundo a imprensa estatal do Azerbaijão, as primeiras discussões foram consideradas “construtivas” e as duas partes concordaram em marcar uma nova reunião o mais rápido possível.

Tanto o governo azerbaijano quanto os separatistas armênios aceitaram um cessar-fogo mediado pela Rússia, que resultou na entrega de armas pelos separatistas. Além disso, o Azerbaijão anunciou o envio de ajuda humanitária, alimentos e combustível para a região.

Nikol Pashinyan, primeiro-ministro da Armênia, ressaltou a importância do caminho para a paz, afirmando que não é uma tarefa fácil, mas deve ser percorrido.

A presença das tropas de manutenção da paz russas tem sido fundamental na mediação das conversas de paz. O presidente russo, Vladimir Putin, pediu garantias aos “direitos e à segurança” dos armênios que vivem em Nagorno-Karabakh. Por sua vez, o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, pediu perdão a Putin pelas mortes de dois soldados russos durante a ofensiva azerbaijana.

Nagorno-Karabakh proclamou sua independência do Azerbaijão em 1991, com o apoio do governo armênio. Desde então, o território tem sido palco de conflitos entre as duas nações do Cáucaso, com a região sendo controlada em grande parte pelos separatistas armênios.

Os confrontos mais recentes resultaram em centenas de mortes e milhares de deslocados. A rendição dos separatistas aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, que tem enfrentado críticas por não ter enviado ajuda para Nagorno-Karabakh.

Por outro lado, o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, fortaleceu sua posição com o controle da região de maioria armênia, utilizando a receita do petróleo para reforçar as forças armadas do país.

A reintegração efetiva de Nagorno-Karabakh ao Azerbaijão é um dos principais objetivos das negociações de paz, além da normalização das relações entre os dois países.

Enquanto as conversas de paz eram realizadas em Yevlax, tiros foram ouvidos em Stepanakert, capital separatista de Nagorno-Karabakh, o que levou os separatistas a acusarem o Azerbaijão de violar o cessar-fogo. No entanto, o governo azerbaijano negou imediatamente as acusações.

O processo de paz na região ainda é complexo e delicado, requerendo a cooperação e o compromisso de ambas as partes envolvidas. A comunidade internacional tem acompanhado de perto os desdobramentos e espera que as negociações resultem em uma solução duradoura para o conflito em Nagorno-Karabakh.

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