Disputa sobre marco temporal gera impasse entre Congresso e STF, informa Senado Notícias.

Marco temporal para reconhecimento de terras indígenas gera impasse no Congresso Nacional e STF

No contexto atual, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) estão analisando um tema de grande relevância: o marco temporal para o reconhecimento de terras indígenas. Nesta quinta-feira (21), o STF alcançou a maioria dos votos favoráveis à tese de que o marco temporal é inconstitucional. Por outro lado, o Senado está analisando um projeto de lei que estabelece o marco temporal em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Esse impasse político e jurídico tem gerado intensas pressões dos dois lados. O líder do governo no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que há uma grande pressão política e social em relação a essa questão. Ele também ressaltou que o governo buscará um acordo, podendo ocorrer modificações no texto do projeto aprovado pela Câmara.

Por outro lado, diversos senadores têm apresentado apoios e críticas ao tema. Durante uma sessão deliberativa na semana passada, vários senadores pediram a aprovação do texto do projeto de lei que fixa o marco temporal em 5 de outubro de 1988. Entre eles, destacam-se Plínio Valério (PSDB-AM) e Zequinha Marinho (Podemos-PA), que argumentaram que a Constituição Federal já considera terras indígenas aquelas ocupadas até a data de promulgação.

No entanto, senadores como Humberto Costa (PT-PE) e Leila Barros (PDT-DF) defendem o respeito à decisão do STF. Humberto Costa avaliou o projeto como inconstitucional e alertou que ele inviabilizará a demarcação de novos territórios indígenas. Leila Barros, por sua vez, pediu que o projeto seja analisado também pela Comissão de Meio Ambiente.

Esse embate político reflete as divergências existentes em relação ao tema, que envolve questões históricas, sociais e ambientais. Enquanto uns defendem a garantia da segurança jurídica para os produtores rurais, outros alegam que o projeto ameaça os direitos dos povos indígenas e prejudica a preservação ambiental.

Enquanto o Congresso discute o projeto de lei, o STF também analisa o assunto. Recentemente, a maioria dos ministros votou contra o marco temporal, o que mostra a complexidade e a importância dessa temática.

É importante destacar que o projeto de lei em questão, conhecido como PL 2.903/2023, foi aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça. O relator na CCJ é o senador Marcos Rogério (PL-RO).

Esse debate ainda está longe de uma solução definitiva. O governo e a oposição continuam dialogando e negociando em busca de um acordo que contemple os interesses das partes envolvidas. Cabe agora aguardar os desdobramentos nas próximas semanas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo