Abbas fez essas declarações como um alerta contra a aproximação entre Israel e a Arábia Saudita. Ele afirmou que aqueles que pensam que a paz pode prevalecer no Oriente Médio sem uma solução de dois Estados estão equivocados. Para ele, uma conferência da ONU pode ser a última oportunidade para salvar a solução de dois Estados e evitar que a situação se deteriore ainda mais, ameaçando a segurança e a estabilidade da região e do mundo inteiro.
Nos últimos anos, os Estados Unidos têm exercido historicamente o papel de mediador entre israelenses e palestinos. No entanto, o governo de extrema direita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem promovido iniciativas polêmicas na Cisjordânia ocupada, o que fez com que os EUA abandonassem as negociações.
O discurso de Abbas ocorreu um dia após Netanyahu mencionar a perspectiva de um acordo com a Arábia Saudita durante uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, também afirmou que o processo de paz entre os dois países está mais próximo.
A possível aproximação entre Israel e Arábia Saudita preocupa tanto Abbas quanto os Estados Unidos. Caso isso se concretize, as regras do jogo no Oriente Médio podem mudar significativamente. A Arábia Saudita é a guardiã dos dois locais sauditas mais sagrados da Islã, Meca e Medina.
A solução de dois Estados, que prevê a criação de um Estado palestino independente ao lado de Israel, tem sido defendida como a única forma de alcançar uma paz duradoura na região. No entanto, as negociações têm sido constantemente dificultadas por entraves políticos, territoriais e históricos.
Mahmud Abbas acredita que uma conferência internacional convocada pela ONU pode ser a última oportunidade de salvar a solução de dois Estados e evitar um agravamento da situação. Resta saber se a comunidade internacional responderá ao apelo do líder palestino e se as negociações poderão avançar em direção a uma paz duradoura no Oriente Médio.
