Em entrevista à Affaritaliani.it, Crippa pediu a demissão de Greco e afirmou que faria de tudo para removê-lo. Ele também solicitou ao ministro da Cultura que tomasse providências caso Greco não renunciasse. A justificativa do deputado é baseada em uma interpretação equivocada da ação, deixando de considerar que existem cristãos árabes.
Essa não é a primeira vez que a extrema direita se manifesta contra as ações de Greco. Em 2017, a medida de conceder descontos para falantes de árabe causou protestos e foi considerada discriminatória. Na ocasião, Giorgia Meloni, líder do partido Irmão da Itália e atual primeira-ministra, chamou a iniciativa de “idiota” e “discriminatória contra italianos”.
É importante destacar que Crippa foi inocentado recentemente em um processo movido pelo diretor do museu. Ele havia sido acusado de incitação ao ódio. Apesar disso, Crippa continua a pressionar pela demissão de Greco, contando com o apoio de Maurizio Marrone, conselheiro de Bem-estar do Irmãos da Itália, que afirmou que o contrato de Greco não seria renovado por acreditar que existem candidatos mais qualificados.
Christian Greco é um renomado egiptólogo italiano que trabalhou sete anos no exterior. Ele criticou a interferência política na cultura italiana, afirmando que isso só acontece no país. Greco tem tido sucesso na direção do museu, com um aumento de 6,3% no número de visitantes em relação ao período pré-pandemia.
Dario Franceschini, ex-ministro da Cultura, manifestou seu apoio a Greco, defendendo que a cultura deve ficar fora dos contornos políticos. Já a deputada Laura Boldrini, do partido Democrata, se solidarizou com Greco e criticou as ideias autoritárias e proprietárias de Crippa.
Apesar das críticas e tentativas de interferência política, Christian Greco continua a exercer seu papel de diretor do Museu de Antiguidades Egípcias de Turim, contribuindo para a promoção do diálogo intercultural e o sucesso do museu.