A xilazina, um medicamento de uso veterinário, é uma substância de baixo custo utilizada para sedar animais como cavalos, bois e outros mamíferos. No entanto, traficantes têm misturado o fármaco a outras drogas letais, como o fentanil, com o objetivo de aumentar os lucros. Em abril, o governo americano classificou o sedativo como uma “ameaça emergente” à saúde pública do país.
De acordo com dados, o fentanil é 50 vezes mais forte que a heroína e, em 2022, dois terços das mortes por overdose nos EUA foram associadas a esse sintético. No ano passado, o país bateu um recorde de óbitos por uso excessivo de drogas, totalizando 109.680 mortes.
A utilização indiscriminada da xilazina é mais difícil de ser tratada do que outras drogas, pois nunca foi aprovada para uso humano. As autoridades de saúde da Filadélfia afirmam que a droga tem causado um aumento nas mortes por overdose, bem como ferimentos graves que podem levar à sepse e amputações.
Sarah Laurel, fundadora da organização Savage Sisters, que atua na Filadélfia, afirmou em entrevista à NPR que o uso da droga aumentou nos últimos quatro anos e que estão lidando com indivíduos que apresentam úlceras abertas e profundas, infecções e tecidos necróticos.
Autoridades americanas têm tentado conter o tráfico de fentanil na fronteira com o México, ao sul do território, já que os cartéis que atuam na região também são responsáveis pela venda ilegal do medicamento veterinário. Essas organizações criminosas misturam o remédio a entorpecentes já conhecidos pela população.
A situação na Filadélfia evidencia a gravidade do problema das drogas nos Estados Unidos, com o aumento do uso de substâncias sintéticas e a combinação de diferentes drogas pelos traficantes em busca de maiores lucros. As autoridades continuam buscando soluções para combater o tráfico e o consumo excessivo de drogas, mas o desafio persiste, afetando negativamente a saúde pública e custando muitas vidas.
