Haddad aguarda sinal verde para implementação do Plano de Transformação Ecológica.

O ministro da Fazenda, Fernanda Haddad, anunciou hoje em São Paulo que os instrumentos financeiros para o Plano de Transformação Ecológica do governo federal devem ser aprovados no Congresso Nacional até o final do ano. O plano, apresentado pelo ministro em agosto, tem como objetivos principais a criação do mercado regulado de carbono, a emissão de títulos soberanos sustentáveis e a reformulação do fundo do clima para financiar atividades relacionadas à inovação tecnológica e sustentabilidade.

Uma das medidas do plano é a criação de uma taxonomia sustentável nacional, que estabelecerá normas para reconhecer projetos ou ativos sustentáveis. Essa taxonomia servirá como baliza para orientar investimentos públicos e privados. O ministro afirmou que os instrumentos financeiros do Plano de Transformação Ecológica serão concluídos até o final do ano. O projeto que regula o mercado de crédito de carbono já está em tramitação no Senado, enquanto o projeto Combustível do Futuro já está na Câmara. A emissão dos primeiros títulos soberanos sustentáveis será feita nas próximas semanas.

Em relação à Taxonomia Sustentável Brasileira, Haddad informou que o plano de ação foi colocado em consulta pública na semana passada e deverá entrar em funcionamento em 2025. Segundo ele, a taxonomia será voluntária em 2025 e obrigatória a partir de 2026.

Durante sua visita à Universidade de São Paulo (USP), o ministro conheceu o desenvolvimento de uma tecnologia que permite abastecer carros elétricos com hidrogênio produzido a partir do etanol. Essa tecnologia tem o potencial de reduzir significativamente as emissões de carbono na cadeia de abastecimento e operação dos veículos. O projeto conta com parcerias público-privadas e está sendo liderado pela USP. Haddad considera esse projeto como o mais avançado na área de transformação ecológica do Brasil.

O Brasil, por ter uma rede de postos de abastecimento veicular de etanol, tem uma vantagem estratégica nesse projeto. A ideia é instalar, em cada posto, uma mini usina do tamanho de quatro bombas comuns, que irá produzir hidrogênio a partir do etanol, eliminando a necessidade de transporte de hidrogênio por caminhões tanque.

Os veículos movidos a hidrogênio contam com uma célula que utiliza a molécula para produzir energia elétrica, e a água é o único resíduo gerado durante o processo. Já existe um carro da Toyota utilizando essa tecnologia na USP.

Para dar continuidade ao projeto, o ministro ressaltou a necessidade de recursos para pesquisa, estimados em R$ 500 milhões. No entanto, ele considera o investimento pequeno diante dos benefícios que a tecnologia trará para a humanidade. Haddad assumiu compromissos com a universidade e se mostrou entusiasmado em defender o apoio ao projeto por parte dos órgãos federais.

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