Paciente dos EUA recebe segundo transplante de coração de porco: “Novas esperanças surgem”

Um importante avanço na área da medicina foi realizado por cirurgiões em Baltimore, nos Estados Unidos. Um homem com doença cardíaca terminal e sem muitas opções de tratamento recebeu o coração de um porco geneticamente modificado. O anúncio foi feito pela equipe médica do Centro Médico da Universidade de Maryland, nesta sexta-feira.

Esta já é a segunda vez que cirurgiões realizam esse tipo de procedimento. No primeiro caso, o paciente David Bennett, de 57 anos, acabou falecendo dois meses após a cirurgia, mas o coração de porco transplantado funcionou perfeitamente, sem sinais de rejeição aguda de órgãos, que é um risco comum em procedimentos desse tipo.

O segundo paciente a passar por esse procedimento foi Lawrence Faucette, um veterano da Marinha de 58 anos, morador de Maryland. Faucette, que é casado e tem dois filhos, passou pela cirurgia na última quarta-feira e está se recuperando bem, podendo se comunicar com seus entes queridos, de acordo com o comunicado divulgado pelo centro médico.

Faucette sofria de uma doença cardíaca tão avançada que tinha sido rejeitado em todos os programas de transplante que utilizavam doadores humanos. Antes da cirurgia, Faucette disse que pelo menos agora tem esperança e uma chance. Ele se comprometeu a lutar com unhas e dentes por cada respiração que puder dar.

A cirurgia foi conduzida pelo médico Bartley Griffith, que também operou o primeiro paciente. Bennett acabou sofrendo múltiplas complicações e foram encontrados vestígios de um vírus que infecta porcos. Isso levantou preocupações sobre a possibilidade de xenotransplantes introduzirem novos patógenos em humanos.

Para garantir a segurança do procedimento, os funcionários do hospital realizaram testes repetidas vezes no porco antes do transplante. No entanto, Faucette reconheceu que seria um milagre se conseguisse deixar o hospital e ir para casa, e que seria ainda maior se conseguisse viver por meses ou anos. Ele também destacou que o procedimento ainda está em fase inicial de aprendizado.

Os avanços na área de edição genética e clonagem têm proporcionado grandes progressos nas tecnologias relacionadas a xenotransplantes, tornando os órgãos animais menos propensos a serem rejeitados pelo sistema imunológico humano. Embora esses avanços ainda estejam em estágios iniciais, oferecem esperança para aqueles que precisam urgentemente passar por um transplante. O coração transplantado para Faucette veio de um porco que passou por 10 modificações genéticas, fornecido pela empresa de medicina regenerativa Revivicor, sediada na Virgínia.

Com mais pesquisas e avanços nessa área, é possível que xenotransplantes se tornem uma opção viável e segura para aqueles que esperam por um transplante de órgão. No entanto, ainda é necessário seguir estudando e aprimorando essas técnicas, a fim de garantir a segurança e eficácia desse tipo de procedimento.

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