As negociações entre as autoridades de Nagorno-Karabakh e o Azerbaijão, realizadas na quinta-feira com a mediação das forças de paz russas, possibilitarão a organização do processo de retirada das tropas e o retorno dos cidadãos deslocados pela agressão militar às suas casas, segundo os separatistas. Além disso, está sendo proposto um procedimento para entrada e saída de cidadãos do enclave.
Milhares de soldados estão vivendo uma situação de emergência humanitária nesta região separatista, com a capital Stepanakert cercada por azerbaijanos, de acordo com autoridades locais. A situação na capital é descrita como horrível e muitas pessoas estão aguardando ansiosamente a retirada, especialmente aquelas cujas casas foram destruídas.
Enquanto isso, a população de Stepanakert sofre com a falta de eletricidade, combustível, alimentos e remédios. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, admitiu que a situação continua tensa no enclave e que há uma crise humanitária em andamento. Apesar disso, ele também ressaltou que há esperança de uma dinâmica positiva e que, no geral, o cessar-fogo está sendo respeitado.
No entanto, Pashinyan está enfrentando críticas por sua passividade diante do Azerbaijão, e vários líderes da oposição anunciaram que pretendem abrir um processo no Parlamento para destituí-lo do cargo. Por outro lado, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, prometeu enviar ajuda humanitária e cuidar dos soldados separatistas feridos, em acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Nagorno-Karabakh já foi palco de duas guerras entre Azerbaijão e Armênia, uma de 1988 a 1994, com 30.000 mortos, e outra no outono de 2020, com 6.500 mortos. Este conflito recente resultou em uma dura derrota para os separatistas, levando-os a negociar a retirada de suas tropas e a entrega de suas armas. A situação ainda é complexa e incerta, mas a esperança é que o processo de retirada das tropas e a busca pela paz possam trazer algum alívio e estabilidade para a região.