Confrontos armados no norte do Kosovo após emboscada resultam em cerco policial a grupo fortemente armado.

No norte do Kosovo, uma região historicamente conflituosa, ocorreram confrontos entre homens armados e policiais, logo após a morte de um agente militar em uma emboscada com armas e explosivos. De acordo com o primeiro-ministro do país, Albin Kurti, cerca de 30 homens fortemente armados se entrincheiraram em um mosteiro e estão cercados pelas forças policiais.

O grupo armado invadiu o mosteiro em Banjska, onde peregrinos estavam hospedados, conforme confirmado pela Igreja ortodoxa da Sérvia. A situação se tornou ainda mais tensa quando o chefe da polícia do Kosovo, Veton Elshan, relatou que os homens armados estavam disparando contra a polícia, que estava respondendo aos ataques.

Em comunicado, a polícia informou que um dos agressores morreu durante os confrontos. A missão de manutenção da paz da Otan no Kosovo, conhecida como KFOR, afirmou estar presente e pronta para intervir caso seja necessário.

Esse incidente mais recente evidencia as tensões constantes na região do Kosovo. Em maio, as tensões já haviam aumentado após a designação de prefeitos de etnia albanesa em municípios de maioria sérvia. Além disso, a Sérvia se recusa a reconhecer a independência do Kosovo, que já foi sua província no passado.

O primeiro-ministro Kurti classificou o ocorrido como um ato de terrorismo e culpou o governo sérvio, alegando que o crime organizado está atacando o país com seu apoio político, financeiro e logístico. Por sua vez, a presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, denunciou o ataque como um ato contra o país.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, anunciou que fará uma declaração para desacreditar as supostas mentiras e teorias da conspiração de Albin Kurti. Enquanto isso, a União Europeia condenou o ataque, afirmando que os responsáveis devem ser julgados.

A situação atual no Kosovo é preocupante, especialmente porque os recentes confrontos podem comprometer a adesão de Belgrado e Pristina à União Europeia. A comunidade internacional tem instado ambas as partes a reduzirem as tensões, mas até o momento as negociações entre os líderes kosovares e sérvios têm falhado.

A região do Kosovo já viveu uma guerra entre forças sérvias e combatentes da independência albanesa em 1998-1999, resultando em milhares de mortes e deixando as relações entre os dois lados em constante crise desde então. A paz e a estabilidade na região são fundamentais para o futuro do Kosovo e da Sérvia, bem como para a segurança e a estabilidade da região dos Bálcãs como um todo.

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