AGU defende inconstitucionalidade de emendas de Bolsonaro sobre precatórios e alerta para “estoque impagável” de dívidas

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (25), no qual se posiciona a favor da inconstitucionalidade das emendas constitucionais que foram aprovadas durante o governo de Jair Bolsonaro para estabelecer um novo regime de pagamento de precatórios, ou seja, as dívidas reconhecidas pelo governo e que devem ser quitadas através de decisões judiciais.

De acordo com a AGU, o regime previsto nas emendas constitucionais traz um aumento crescente das despesas e pode gerar um estoque de dívidas impagável. A estimativa é que o total da dívida chegue a R$ 250 bilhões até o ano de 2027.

No parecer enviado ao STF, a AGU argumenta que a manutenção do atual sistema de pagamento de precatórios pode resultar na necessidade de uma nova moratória, o que agravaria ainda mais a violação dos direitos fundamentais. Ainda segundo a AGU, essa questão será melhor explanada em um tópico posterior do documento.

Além disso, o parecer afirma que as novas regras para o pagamento dos precatórios trouxeram um “falso alívio fiscal” e mascararam artificialmente as contas públicas. A dívida não entra nas estatísticas anuais e é postergada para o exercício de 2027, quando deverá ser quitada, de acordo com a Advocacia-Geral da União.

A AGU enviou o parecer como parte das ações de inconstitucionalidade que foram protocoladas no STF ao longo deste ano pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No entanto, a data do julgamento ainda não foi definida pelo relator do caso, o ministro Luiz Fux.

Essa posição da AGU em favor da inconstitucionalidade das emendas constitucionais para o pagamento de precatórios é um importante passo no debate sobre o tema. Essas mudanças propostas pelo governo Bolsonaro têm gerado intensos debates e polêmicas, uma vez que envolvem montantes expressivos de recursos públicos e têm impactos diretos nas finanças do país. Agora, cabe ao STF analisar o parecer da AGU e decidir sobre a validade dessas emendas constitucionais.

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