O governador da região de Odesa, Oleh Kiper, afirmou que as instalações atingidas pelos bombardeios continham quase mil toneladas de grãos. Dois corpos foram encontrados sob os escombros de um armazém onde os alimentos eram armazenados. Os militares ucranianos relataram que 19 drones iranianos Shahed e 11 mísseis de cruzeiro foram abatidos durante à noite, a maioria deles direcionados à região de Odesa. Kiper também informou que as instalações de armazenamento de grãos destruídas foram atingidas por dois mísseis supersônicos.
Além dos danos às instalações e mortes em Odesa, também ocorreram ataques em outra região ucraniana, Kherson. Um homem de 73 anos e uma mulher de 70 foram mortos em um ataque aéreo separado na cidade de Beryslav, próxima a Kherson. O chefe administrativo de Beryslav informou mais tarde que dois moradores da cidade morreram e outros dois ficaram feridos em um bombardeio russo. O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que esse último ataque aéreo foi uma tentativa patética de retaliar um ataque ao quartel-general da marinha russa do Mar Negro na última sexta-feira.
Em resposta aos ataques russos, a Ucrânia intensificou seus próprios ataques, atingindo alvos na Rússia e na Crimeia, a península anexada por Moscou em 2014. No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas defesas aéreas derrubaram drones sobre o Mar Negro, a Crimeia e as regiões russas de Kursk e Belgorod. Não foram relatadas mortes.
Esses ataques aéreos têm causado grande preocupação nos mercados globais, pois a Ucrânia é uma importante exportadora de grãos. Com a interrupção no transporte marítimo pelo Mar Negro, o país tem buscado alternativas como o transporte fluvial e terrestre. Além disso, um corredor humanitário foi estabelecido ao longo da costa do Mar Negro para o transporte de grãos aos mercados africanos e asiáticos. Os dois primeiros navios que utilizaram esse corredor partiram do porto de Chornomorsk na semana passada.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, agradeceu aos aliados por cumprirem os acordos de fornecimento de armas. Ele também mencionou que a Ucrânia está buscando novos contratos e expandindo sua geografia de suprimentos. A situação na região continua tensa e o mundo aguarda atentamente os próximos desdobramentos desse conflito entre a Ucrânia e a Rússia.