Por sua vez, a Rússia responsabilizou o governo do Kosovo, afirmando que a “sangue derramada” é consequência da política do suposto primeiro-ministro Albin Kurti de incitação ao conflito. A Rússia também alertou para o risco de arrastar toda a região dos Bálcãs para um abismo perigoso.
No domingo, um grupo de homens armados se entrincheirou em um mosteiro após emboscar uma patrulha policial, resultando na morte de um agente próximo à fronteira com a Sérvia. Segundo as autoridades kosovares, seis dos agressores fugiram para a Sérvia e receberam tratamento em um hospital. Enquanto isso, quatro membros do grupo foram abatidos.
O governo do Kosovo declarou luto nacional e responsabilizou a Sérvia pelo incidente, uma acusação que foi negada por Belgrado. A área ao redor do mosteiro continua isolada, e as autoridades kosovares pediram à Sérvia que entregue os terroristas feridos às autoridades kosovares para que sejam processados.
As tensões aumentaram no Kosovo após meses de atritos entre o governo de Pristina e as autoridades sérvias. Um novo ciclo de diálogo mediado pela União Europeia terminou sem avanços em meados de setembro. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu ao Kosovo e à Sérvia que evitem ações que aumentem a tensão e afirmou que os autores deste crime devem prestar contas através de um processo de investigação transparente.
A Rússia também criticou a polícia do Kosovo, afirmando que ela está desacreditada há tempos por seus atos punitivos sistemáticos contra a comunidade sérvia. Além disso, a Rússia destacou a situação humanitária nas localidades do norte do Kosovo, que estão há meses à beira de uma catástrofe devido a um embargo aos bens provenientes da Sérvia.
Esses incidentes são frequentes na região do Kosovo, mas as tensões aumentaram em maio, quando dirigentes kosovares instalaram prefeitos de etnia albanesa em quatro municípios de maioria sérvia. O conflito entre o Kosovo e a Sérvia é complexo, com disputas históricas e étnicas que ainda persistem.
