França reduzirá em 30% o uso de produtos fitossanitários na agricultura, anuncia presidente Emmanuel Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (25) que a França reduzirá em 30% sua dependência de produtos fitossanitários na agricultura. Essa reafirmação ocorre após a Comissão Europeia propor a renovação da autorização do glifosato por mais 10 anos.

Macron fez o anúncio após uma reunião do governo focada em sua estratégia para uma “ecologia à francesa”, que busca diminuir as emissões de gases de efeito estufa de forma soberana, sem afetar a competitividade.

“Ter uma ecologia acessível significa nunca deixar os agricultores sem soluções. Essa é a política que adotamos para o glifosato”, afirmou o presidente, referindo-se ao uso de produtos fitossanitários.

De acordo com Macron, a França será líder na Europa ao reduzir sua dependência em 30%. Para compensar essa redução, o presidente anunciou o lançamento de uma estratégia de investimento em pesquisa e apoio.

É importante ressaltar que em 2017, Macron havia se comprometido a eliminar o uso do glifosato até o início de 2021, mas posteriormente voltou atrás e limitou seu uso para a maioria das situações.

A Comissão Europeia propôs aos países da União Europeia a prorrogação da autorização do glifosato por mais 10 anos. Essa substância ativa de vários herbicidas foi classificada como “provavelmente cancerígena” para seres humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da Organização Mundial da Saúde, em 2015.

No entanto, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) avaliou que o nível de risco não justifica a proibição do seu uso, mas defendeu a implementação de medidas de mitigação de riscos nas áreas próximas às zonas pulverizadas. Já a Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) determinou no ano passado que as evidências científicas disponíveis não permitem classificar o glifosato como cancerígeno.

Com essa decisão de reduzir a dependência de produtos fitossanitários, a França demonstra seu compromisso em buscar alternativas sustentáveis para a agricultura, priorizando a saúde das pessoas e do meio ambiente. A estratégia de investimento em pesquisa e apoio será fundamental para encontrar soluções inovadoras que possam substituir gradualmente o uso desses produtos.

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